Determinantes do fluxo sanguíneo estão implicados na trombogênese e na ocorrência de eventos isquêmicos; entretanto, ainda pouco se sabe sobre sua relação com a cognição.
Pesquisadores do Reino Unido analisaram os dados hemorreológicos obtidos entre 1987-1988 e os resultados dos testes cognitivos aplicados entre 1998-1999, quanto a média de idade dos pacientes em estudo era de 73,1 anos. A avaliação de acompanhamento foi realizada quatro anos depois.
Foram coletadas informações sobre a memória declarativa verbal, raciocínio não verbal, fluência verbal, velocidade de processamento da informação e um fator cognitivo geral. Após controle para a idade, sexo e o desempenho cognitivo em 1998-1999, a viscosidade sanguínea (BV) (p<0,05) e o fibrinogênio (p<0,05) predisseram o declínio no raciocino não verbal em 4 anos. O declínio na cognição geral, o raciocínio não verbal e a velocidade de processamento da informação (todos p<0,05) estiveram associados com os níveis da BV.
O hematócrito apresentou efeito semelhante (p<0,01 a p<0,001). Ao ser avaliado conjuntamente, o hematócrito, mas não a BV, foi capaz de predizer de forma independente o declínio cognitivo.
A conclusão é que a reologia do sangue está relacionada de forma independente ao declínio cognitivo em idosos. O valor de estratégias visando à preservação da cognição através da reologia sanguínea merece investigação.
Fonte: Age and Ageing. Volume 39, Number 2, 2010. Pages 217-222.