Segundo pesquisa do ITC (International Tobacco Control), que avaliou o impacto de políticas públicas antitabagismo em 20 países, os fumantes de todo o mundo têm consciência dos riscos que o vício causa à saúde.

Os resultados do ITC Brasil, um dos países pesquisados, revelaram que mais de 91% dos fumantes brasileiros admitem estar preocupados com problemas de saúde futuros devido ao cigarro, e 82% dos fumantes disseram que o tabagismo já prejudicou sua saúde.

Destes, mais da metade (51%) têm planos de deixar de fumar nos próximos seis meses – o nível mais alto entre os países do ITC – mas eles reconhecem a dificuldade para deixar de fumar e querem ajuda: aproximadamente 82% acreditam que o governo deveria fazer mais para ajudar os fumantes a parar de fumar.

A mesma pesquisa constatou que há um alto nível de apoio referente a áreas públicas 100% livres da fumaça do tabaco no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, cidades que já têm leis que fazem essa proibição, onde 66%, 65% e 63%, respectivamente são favoráveis. O índice é ainda maior entre os não fumantes destas cidades, 75%, 79% e 79% respectivamente.

A prevalência do tabagismo no Brasil apresentou uma redução de 33% em 1989 para 15% (19% para homens e 12% para mulheres) em 2008. Esse declínio, segundo a pesquisa, ocorreu em sincronia com o desenvolvimento de programas, políticas de controle do tabaco e campanhas com imagens fortes sobre os malefícios do cigarro.

Apesar da diminuição, a pesquisa identificou fatores preocupantes em relação ao fumo no Brasil. Os brasileiros fumam, em média, 15,4 cigarros por dia e 92% dos fumantes disseram que fumam diariamente. Aproximadamente 91% afirmaram ser dependentes do cigarro, com 52% sendo “muito dependente”.

E 91% dos fumantes arrependem-se de ter começado a fumar; o que representa o terceiro maior nível de arrependimento observado entre os países que fazem parte do ITC.