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Consumo de álcool e risco de câncer de mama
 
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15/03/2010

Consumo de álcool e risco de câncer de mama

Sabe-se que o consumo de bebidas alcoólicas aumenta os riscos de câncer da cavidade oral, faringe, laringe e esôfago

O consumo de álcool tem sido associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Sabe-se que o consumo de bebidas alcoólicas aumenta os riscos de câncer da cavidade oral, faringe, laringe e esôfago. Tais riscos geralmente tendem a aumentar conforme a quantidade de álcool ingerida; porém não foi ainda estabelecido um limite seguro para o consumo de álcool. Por outro lado, apenas o consumo pesado de álcool parece estar relacionado a um aumento no risco de câncer de fígado por um mecanismo associado à cirrose hepática.

Nos últimos 20 anos, pesquisas também têm abordado a relação entre o consumo de álcool e o risco de desenvolver câncer de mama. Na França, no ano de 2000, 9,4% dos casos de câncer de mama foram atribuídos ao consumo excessivo de álcool. Já no ano de 2002, na Europa, a porcentagem dos casos de câncer de mama atribuíveis ao consumo de álcool foi estimada em 7,7% (28.300 casos). Devido à relevância desses dados, um artigo recente descreveu os principais aspectos dessa relação, revisando a literatura científica. Com o intuito de comparar os diferentes estudos publicados nesta área, os autores deste artigo consideraram uma dose (um copo de cerveja, uma taça de vinho, ou uma dose de bebida destilada) como sendo equivalente a 10 g de álcool.

Um dos primeiros estudos a apontar a importante associação entre álcool e câncer de mama foi o Nurses Health Study, realizado entre 1980 e 1984, nos Estados Unidos. A amostra era composta inicialmente por 89.538 enfermeiras entre 34 e 59 anos de idade, sendo identificados 601 casos de câncer de mama ao longo do estudo. Em comparação ao grupo abstêmio (menor que 5g de álcool/dia), as mulheres que consumiam diariamente de 5 a 14 g de álcool apresentaram aumento de 30% no risco de desenvolver câncer de mama, enquanto que aquelas cujo consumo diário era de 15 g de álcool ou mais apresentaram aumento ainda maior deste risco, de 60%.

Mais recentemente, nos Estados Unidos e Reino Unido, foram realizados estudos relevantes com amostras representativas. Esses estudos fortaleceram a hipótese de que mesmo o consumo moderado de álcool (10 g/dia) poderia aumentar significativamente o risco de câncer de mama. Além disso, em uma análise combinada de 53 estudos epidemiológicos (com 58.515 casos de câncer de mama e 95.067 controles), verificou-se que haveria um aumento de 7,1% no risco de desenvolver câncer de mama para cada aumento de 10 g no consumo diário de álcool.

Em resposta a tantos estudos nessa área, em 2003, o Código Europeu Contra o Câncer (European Code Against Cancer) passou a recomendar que o consumo diário de álcool se limitasse a duas doses para homens, e uma dose para mulheres (20 e 10 g de álcool/dia, respectivamente). Já em 2007, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (International Agency for Research on Cancer) concluiu que havia provas suficientes de que o consumo de 18 g de álcool/dia aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de mama, e que o consumo maior que 50 g de álcool/dia aumenta tal risco em cerca de 50%.

Em geral, há evidências consistentes de que mesmo o consumo moderado de álcool (10 g/dia) já aumenta o risco de câncer de mama. A maior parte dos estudos confirma cada vez mais que, quanto maior o consumo de álcool, maior é o risco de desenvolver esse tipo de câncer. No entanto, não foram observadas diferenças neste risco com relação aos tipos de bebida alcoólica ingerida. Entretanto o mecanismo de ação pelo qual o consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama ainda permanece desconhecido, mas atualmente há evidências de que o álcool influencia as vias de sinalização do estrógeno, hormônio fortemente associado ao câncer de mama.


Autor: Imprensa
Fonte: O que eu tenho? com informações do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

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