A felicidade na vida é conversar sobre coisas triviais ou ter discussões mais complexas e profundas sobre a vida? Os pesquisadores Mathias Mehl, Shannon Holleran e Shelby Clark, da Universidade do Arizona, estudaram se as pessoas eram mais felizes dependendo do tipo de conversa que elas tinham.
Os voluntários para o estudo se dispuseram a usar, durante quatro dias, um dispositivo que gravava partes de suas conversas, ao mesmo tempo em que eles completavam questionários sobre personalidade e níveis de satisfação e bem-estar.
No estudo, publicado no periódico Psychological Science, os pesquisadores descreveram descobertas interessantes. Um maior nível de bem-estar era quase sempre relacionado a um menor tempo sozinho e mais tempo conversando com outras pessoas. Os voluntários identificados como mais satisfeitos com sua vida normalmente passavam 70% mais tempo conversando com amigos e conhecidos do que aqueles indivíduos que não se achavam tão felizes assim.
Além disso, a diferença do tipo de interação social entre esses dois extremos – os mais satisfeitos e os mais insatisfeitos com suas vidas – era relativa ao tipo de conversas das quais participavam: os indivíduos com maiores níveis de bem-estar indicavam ter duas vezes mais conversas sérias e profundas do que os indivíduos mais infelizes.
Os resultados sugerem que uma vida mais feliz pode ser associada a uma vivência socialmente mais profunda. “Assim como nas relações íntimas, onde descobrir algo sobre o parceiro pode deixar a relação mais próxima, conversas mais profundas entre duas pessoas podem oferecer uma sensação de pertencimento a algo amplo e uma maior proximidade com as pessoas ao redor”, explicam os pesquisadores.