As razões para o uso de luvas cirúrgicas incluem a proteção do campo cirúrgico contra microrganismos das mãos do cirurgião e a proteção do cirurgião contra os microrganismos do paciente. Um estudo realizado em universidades de Alemanha e Áustria e publicado no periódico American Journal of Infection Control mediu a concentração de bactérias que passam através de orifícios de luvas em condições cirúrgicas. Analisou-se a superfície externa de 128 luvas e a interna de 122, em 20 laparotomias sépticas. A taxa de microperfuração da camada externa foi, em média, 15% e dependeu da duração do uso da luva. Aproximadamente 82% das perfurações não foram percebidas pela equipe cirúrgica. Cerca de 86% das perfurações ocorreram na mão não dominante, sendo o dedo indicador o local mais frequente de perfuração. A passagem de bactérias do sítio cirúrgico através de perfurações foi detectada em 4,7% das luvas investigadas. Este estudo mostra que, dependendo da duração do uso, as luvas cirúrgicas desenvolvem microperfurações, não reconhecidas imediatamente pela equipe, o que permite a passagem de bactérias.

Fonte: American Journal of Infection Control, Volume 38, Issue 2, March 2010, Pages 154-158.