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Epidemia do bem: atos de bondade espalham-se pela sociedade
 
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19/03/2010

Epidemia do bem: atos de bondade espalham-se pela sociedade

O estudo vai ser publicado no próximo número da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences

"Epidemia do bem"

Muitas pessoas que se emocionam assistindo ao sofrimento de outras tendem a agir - por exemplo enviando doações aos afetados por grandes calamidades naturais.

Uma notícia melhor ainda é que essas boas ações - atos de bondade, generosidade e cooperação - espalham-se rapidamente. E basta um punhado de indivíduos agindo inicialmente para realmente fazer a diferença, porque a bondade parece se espalhar como tiririca.

Em um estudo a ser publicado no próximo número da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores das universidades da Califórnia em San Diego e Harvard, nos Estados Unidos, documentam a primeira evidência laboratorial de que o comportamento cooperativo é contagioso e que se espalha como uma "epidemia do bem".

Bondade que se espalha

Quando as pessoas se beneficiam de atos de bondade elas tendem a "passar o bem adiante", ajudando outras pessoas que não estavam inicialmente envolvidas, criando uma cascata de cooperação que influencia dezenas de outras pessoas em uma rede social.

James Fowler e Nicholas Christakis demonstraram que, quando uma pessoa dá dinheiro para ajudar outras em uma espécie de "jogo do bem-comum" - no qual as pessoas têm a oportunidade de cooperar umas com as outras - os beneficiários são mais propensos a dar o seu próprio dinheiro para outras pessoas em futuras rodadas.

Isto cria um efeito dominó em que a generosidade de uma pessoa se espalha primeiro a três pessoas e, em seguida, a nove pessoas com quem essas três pessoas iniciais interagem, e assim por diante, em ondas sucessivas do experimento que ampliam exponencialmente o número de pessoas beneficiadas.

Multiplicador da bondade

E o efeito é persistente: "Você não vai voltar atrás e reassumir o seu 'velho eu egoísta'," explica Fowler. Como resultado, o dinheiro que uma pessoa dá na primeira rodada do experimento é, em última instância, triplicado por outros que são posteriormente influenciados a dar mais, seja direta ou indiretamente. "A rede social funciona como uma espécie de garantia de equidade," diz Christakis.

"Embora o multiplicador no mundo real possa ser maior ou menor do que o que nós encontramos no laboratório," explica Fowler, "pessoalmente é muito emocionante saber que a bondade se espalha para pessoas que não conhecemos e com quem nunca nos encontramos. Nós temos a experiência direta de doar e ver as reações imediatas das pessoas, mas nós normalmente não vemos como nossa generosidade forma cascatas através da rede social, afetando a vida de dezenas ou talvez centenas de outras pessoas."

Os dois pesquisadores são os mesmos que demonstraram, em um estudo anterior, que a felicidade é contagiante.

Cooperação entre estranhos

Os participantes do estudo eram estranhos entre si e nunca jogaram duas vezes com a mesma pessoa, uma configuração do estudo que elimina a reciprocidade direta ou a "gestão da reputação" como possíveis causas dos comportamentos.

Em trabalhos anteriores, demonstrando a propagação contagiosa de comportamentos, emoções e ideias - incluindo obesidade, felicidade, esforços para parar de fumar e solidão - Fowler e Christakis estudaram redes sociais a partir de uma pesquisa sobre saúde do coração.

Mas, como em todos os estudos observacionais, os resultados poderiam refletir o fato de que as pessoas estavam escolhendo interagir com pessoas em situações semelhantes às delas mesmas ou que as pessoas foram expostas ao mesmo ambiente.

O método experimental utilizado elimina esses fatores.

Contágio social

O estudo é o primeiro a documentar experimentalmente descobertas anteriores sobre o contágio social, que viaja em redes de até três graus de separação, e o primeiro a corroborar evidências de outros estudos observacionais sobre a disseminação da cooperação.

A má notícia é que o efeito contagioso do comportamento foi simétrico - o comportamento não-cooperativo também se espalhou igualmente na mesma intensidade.

Nesse lado da moeda, outro estudo também já demonstrou que a solidão pode ser tão contagiosa quanto um resfriado.

Sobrevivência do mais cooperativo

"De uma perspectiva científica," afirma Fowler, "estes resultados sugerem a possibilidade fascinante de que o processo de contágio pode ter contribuído para a evolução da cooperação: grupos que contavam com pessoas altruístas tornam-se mais altruístas como um todo, com maiores chances de sobreviver do que os grupos egoístas."

Pesquisadores da Universidade de Berkeley também já propuseram que somos nascidos para o amor, defendendo uma teoria da sobrevivência do mais bondoso.

"O nosso trabalho ao longo dos últimos anos, examinando a função das redes sociais e suas origens genéticas, levou-nos a concluir que há uma conexão profunda e fundamental entre as redes sociais e a bondade," disse Christakis.

"O fluxo de propriedades boas e desejáveis, como ideias, o amor e a bondade humana, é necessário para a manutenção das redes sociais e, por sua vez, as redes são necessárias para que essas propriedades se espalhem," conclui o pesquisador.


Autor: Imprensa
Fonte: Diário da Saúde

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