Pesquisa realizada por Wyder et al., a ser publicada no “Journal of Affective Disorders”, em 2009, estudou os impactos da separação conjugal em relação ao risco de suicídio, levando em conta os efeitos do gênero e da idade. Os autores consideraram a separação conjugal como o rompimento de todo relacionamento afetivo estável entre duas pessoas, distintivo do fato de existir uma relação oficial de casamento ou de divórcio formal.
O estudo analisou dados de 6.062 pessoas que cometeram suicídio em Queensland, Austrália, entre os anos de 1994 e 2004, com uma média de 551 casos de suicídio por ano. Esses dados revelaram que os homens cometeram quatro vezes mais suicídios que as mulheres após a separação conjugal. Os riscos foram mais altos para homens entre as idades de 15 e 24 anos (risco = 91,62) e diminui progressivamente até os 65 anos de idade (risco = 11,6).
Para as mulheres, o risco de suicídio aumentou (risco = 2,29) para a faixa etária entre 24 e 44 anos apenas para as sozinhas (sem relacionamento afetivo), diminuindo tal risco significativamente após os 65 anos de idade (risco = 0,25). As mulheres, após a separação conjugal, não revelaram aumento de risco de suicídio em relação à faixa etária.
Assim, os autores concluíram, com a pesquisa realizada, que existe diferença de gênero e idade em relação ao risco de suicídio após a separação conjugal, sendo os homens jovens mais vulneráveis. A separação conjugal é especialmente estressante para muitas pessoas, podendo desencadear comportamento suicidas.
Referência
WYDER, M.; WARD, P.; DE LEO, D. Separation as a suicide risk factor. Journal of Affective Disorders, no prelo.
