
Um estudo japonês, publicado no periódico científico Heart, acompanhou durante uma década mais de 90 mil homens e mulheres com idades variando entre 40 e 60 anos. A pesquisa monitorou os históricos médicos, estresse percebido, tipo de ocupação, personalidade e fatores relativos ao estilo de vida, assim como tipos de dieta e hábitos de exercícios físicos. Os participantes também foram questionados sobre as estruturas familiares e os tipos de relacionamento com as pessoas com as quais dividiam a casa.
No final desse período, mais de 670 indivíduos foram diagnosticados com doenças coronarianas. Do total de indivíduos, aproximadamente 340 pessoas morreram de doenças do coração, enquanto outras 6.255 morreram de outras causas.
Mulheres que viviam com os pais, maridos e filhos na mesma casa mostraram ter três vezes mais propensão a serem diagnosticadas com problemas coronarianos do que outras mulheres que viviam apenas com os parceiros. Entretanto, isso não necessariamente levava ao óbito. Além disso, mulheres que viviam com os filhos também tinham o dobro de chance de desenvolver as mesmas condições clínicas.
De acordo com o estudo, a presença de outras pessoas dividindo o espaço de moradia, especialmente os próprios pais ou os pais do cônjuge, se mostraram menos saudáveis do que hábitos como ser adepto de consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo. O estudo sugere que a somatória de papéis sociais – ser filha, nora, mãe e parceira – pode ter um efeito deteriorante na saúde do coração dessas mulheres.
Em longo prazo, dizem os pesquisadores, essa múltipla função social causa danos similares a outras situações que podem aumentar os níveis dos hormônios do estresse e proteínas inflamatórias no organismo, e isso intensifica os efeitos de outros fatores de risco, como pressão alta ou diabetes.