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Cientistas testam droga alucinógena contra a depressão
 
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13/04/2010

Cientistas testam droga alucinógena contra a depressão

Cogumelo Psylocibe semilanceata contém psilocibina, substância alucinógena que vem sendo estudada para o combate à depressão

Um congresso internacional que começa nesta semana nos Estados Unidos vai reunir cientistas do mundo inteiro para discutir as possibilidades terapêuticas de alucinógenos contra problemas como depressão, transtorno obssessivo-compulsivo, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.

As substâncias alucinógenas em discussão são as encontradas em vários tipos de cogumelos. O potencial terapêutico desses alcaloides, que têm efeitos parecidos com o do LSD, suscita a curiosidade de cientistas desde os anos 1950. Nos anos 60, o professor de Harvard Timothy Leary ficou famoso ao propor efeitos terapêuticos dos alucinógenos.

As pesquisas na área foram interrompidas depois dos abusos cometidos naquela década. Os estudos atuais ocorrem em centros de excelência e universidades reconhecidamente sérias, como Johns Hopkins, Harvard, New York University e Universidade da Califórnia.

Um deles, realizado na Johns Hopkins University, mostra que a psilocibina --princípio ativo de cogumelos sagrados usados em rituais indígenas-- induz mudanças positivas no comportamento, no humor e nas atitudes, efeitos que duram meses após a ingestão da droga. A pesquisa envolveu 36 pessoas e usou um grupo controle, que ingeriu placebo. Depois de 14 meses, o grupo que tomou a droga relatou se sentir melhor e mais satisfeito com a vida.

A mesma equipe de pesquisadores avalia o uso da droga em pacientes com depressão em tratamento contra o câncer.

Na Califórnia, pesquisadores relatam experiências de sucesso com o uso da psilocibina para aliviar a ansiedade de pacientes com doenças terminais. Segundo os autores, ela ajuda essas pessoas a enfrentar medo, pânico e depressão.

Como as reações a esse tipo de droga variam de pessoa para pessoa, os pesquisadores estão desenvolvendo protocolos para controlar os efeitos com mais precisão e também têm observado, com exames de imagem, as mudanças no cérebro sob influência das drogas.

"Alguns cientistas têm se interessado em estudar essas drogas para casos que não respondem à medicação clássica", diz a psiquiatra Camila Magalhães, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo, e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. "Essas drogas propiciam experiências que a pessoa não tem com o uso da medicação. No entanto, há um risco muito grande de expor o indivíduo aos prejuízos que os alucinógenos podem causar."

"Não se sabe como a pessoa vai reagir. Em pessoas com predisposição, podem levar a distúrbios psiquiátricos", diz.

"É preciso avaliar muito bem o custo-benefício desse uso, o risco é muito grande", concorda o toxicologista Anthony Wong, chefe do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica), do Instituto da Criança do HC de São Paulo.

"A cocaína tem efeitos anestésicos e os opiáceos, analgésicos. Mas ainda não se conseguiu usar terapeuticamente nenhuma substância alucinógena", afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo.

 


Autor: Gabriela Cupani
Fonte: Folha online

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