Mulheres usuárias de óculos de grau ainda têm dificuldades em encarar seus modelos como acessórios de moda e estilo. E afirmam que preferem, muitas vezes, não usar o modelo mesmo sabendo que podem prejudicar sua visão. O resultado está na pesquisa Ibope encomendada por um fabricante de lentes que acaba de ser divulgada em São Paulo.
"A dificuldade em combinar é grande para as mulheres. Mas quando percebem que podem ter modelos diferentes e específicos para seu rosto e para cada ocasião elas passam até a colecioná-los", afirma o esteta óptico Miguel Giannini, responsável pelas escolhas de personalidades como da ex-ministra Dilma Rousseff, da ex-prefeita Marta Suplicy e da apresentadora Ana Maria Braga.
A pesquisa ouviu 284 mulheres usuárias de óculos, em cinco regiões metropolitanas brasileiras, de 18 a 64 anos. Para 66% das entrevistadas, os óculos de grau não são um acessório de moda e estilo. Outras 32% afirmaram que já deixaram de usar seus óculos, mesmo sabendo que prejudicariam a sua visão. "Elas não estão informadas sobre como usar os óculos a seu favor", lembra Giannini. "Mas isso também está mudando", completa.
Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, essa dificuldade pode explicar também os motivos pelos quais muitas vezes as mulheres têm mais problemas de visão. "Sabemos dessa dificuldade entre as mulheres e como isso afeta sua saúde ocular, mas a boa notícia é que elas estão mudando essa percepção e já encaram as lentes com proteção UV, por exemplo, como uma forma de se proteger até mesmo das rugas ao redor dos olhos", explica o oftalmologista.
Para 83% das entrevistadas, as lentes com proteção UV protegem os olhos, mas também têm papel especial na prevenção ao envelhecimento precoce da pele ao redor dos olhos.