O estudo de Glover et al., a ser publicado na revista Psychoneuroendocrinology, em abril de 1999, revelou que o estresse materno durante a gravidez pode ocasionar problemas no desenvolvimento do feto, e o hormônio cortisol pode ter um papel importante nessa questão. O hormônio cortizol é produzido em resposta ao estresse e causa uma série de alterações, tal como a supressão do sistema imune.
O estudo foi realizado com 262 mulheres grávidas, entre 15 e 37 anos, nas quais foi aplicado um questionário para avaliar o nível e de estresse e foi coletado o líquido aminiótico. O nível do hormônio cortizol no líquido aminiótico relacionou-se os estado de estresse das mães, ou seja, o grupo de mães mais estressadas apresentou o líquido aminiótico com mais cortisol que o grupo de mães menos estressadas. O que sugeriu que o cortisol pode atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento do feto.
Segundo os pesquisadores, os resultados encontrados podem ter implicações clínicas em relação a algumas medicações. Esses autores citaram com exemplo a medicação prednisolone, que é usada para tratar várias patologias durante a gravidez, tais como a asma e as artrites reumáticas. Essa medicação, até então, foi considerada segura, porém, é metabolizada similarmente ao cortisol. O que significa que talvez possa atravessar a placenta e influenciar no desenvolvimento do feto.
Assim, os autores alertaram que o estresse materno pode ampliar os possiveis efeitos danosos de tais tipos de medicações para o feto. Igualmente, enfatizaram a importância de programas de intervenção ao estresse em mulheres grávidas.
Referência
GLOVER, V. et al. Assossiation between maternal and aminiotic fluid cortisol is moderated by maternal anxiety. Psychoneuroendocrinology, v. 34, n. 3, p. 430-435, abr. 2009.