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Vândalos destroem posto de saúde em Viamão
 
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06/05/2010

Vândalos destroem posto de saúde em Viamão

Criminosos incendeiam a unidade e deixam uma média de 80 pessoas sem atendimento por dia

Cada vez mais sem freio, o vandalismo não preserva nem locais destinados a ajudar a própria comunidade. Agora, a depredação chegou a um posto de saúde, que atende em média 80 pessoas por dia em Viamão.

Oataque ocorreu na unidade da Vila Esmeralda. O posto foi incendido na noite de terça-feira e teve a fachada e a sala da triagem comprometidas. O ato deixou os moradores sem assistência médica até a próxima segunda-feira. Enquanto isso, os pacientes vão ter de procurar atendimento em outros pontos da cidade.

Por volta das 22h de terça, moradores na Rua Presidente Vargas viram o prédio pegando fogo. Enquanto esperavam a chegada da Brigada Militar e dos Bombeiros, eles tentaram combater as chamas com baldes de água.

– Colocaram um colchão, retirado de um lixo, na varanda do posto e atearam fogo – conta a diretora administrativa da Secretaria da Saúde de Viamão, Maria Elisa Canabarro da Silva.

O forro plástico, uma janela, vidros, cortina e a porta da frente foram destruídos. Além disso, a fumaça se alastrou pelo prédio.

Esse ataque não foi o primeiro sofrido pela unidade da Vila Esmeralda. Segundo Maria Elisa, há dois meses uma espécie de bomba foi jogada no teto do posto, causando prejuízos no telhado e no forro. De acordo com ela, os vizinhos apontam jovens da região como os autores da deliquência.

– Não há problemas no atendimento. Temos clínico geral, pediatra, dentista, vacinação e entrega de medicamentos. Não deve ser protesto, mas puro vandalismo mesmo – acredita.

Ontem, uma empresa chamada pela prefeitura orçou em R$ 20 mil a reformar. A Secretaria Municipal da Saúde foi obrigada a cancelar as consultas agendadas para esta semana.

"Para eles, destruir tem sentido tão importante como construir", diz sociólogo

Professor de Sociologia da UFRGS, Ivaldo Gehlen aponta que os atos de vandalismo, como o que ocorreu na noite de terça-feira no posto de saúde de Viamão, soma-se a uma série de outros que aflingem a sociedade nos últimos anos. Para ele, a agressão é uma forma de chamar a atenção e só poderá ser controlada com políticas sociais.

Zero Hora – Por que as pessoas chegam a ponto de, por puro vandalismo, queimar um posto de saúde?

Ivaldo Gehlen – Fatos dessa natureza ocorrem de forma crescente no Brasil, na Grande Porto Alegre. Já tivemos problemas com a população de rua, com agressões a delegacias de polícia. Cada caso é um caso, mas o que se pode perceber é que algumas ações frente à sociedade podem estar acontecendo por falta de referências éticas e de valores de comportamento social. É uma anomia a falta de referências a normas de comportamento. Isso faz com que os grupos que se sentem excluídos agridam. Querem chamar atenção e vão depredar um posto de saúde, uma delegacia. Esse conjunto de agressões a patrimônio público pode estar expressando uma reação de parte de uma sociedade minoritária que se sente fora ou não incluída dos benefícios e avanços que a sociedades brasileira vem oferecendo.

ZH – Como combater ou controlar isso?

Gehlen – Tem de ampliar as políticas sociais. Elas devem incorporar determinados setores, inclusive da classe média, que parte dela ainda não foi beneficiada com o crescimento econômico e social como esperado. Não estou falando de assistencialismo, mas de políticas que façam com que essa parcela da sociedade canalize essa energia de agressividade em direção à cooperação. Para essas pessoas, o destruir tem um sentido tão importante como é o construir para a gente.


Autor: Imprensa
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: André Feltes-ZH

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