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Seriam os homens mais violentos?
 
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07/05/2010

Seriam os homens mais violentos?

São mais perigosos, mas mulheres podem ser tão agressivas quanto eles

A noção de que homens têm o pavio muito mais curto que mulheres adquiriu o status de um lema psicológico. Há mais de 30 anos, duas psicólogas da Stanford University, Eleanor MacCoby e Carol Jacklin, concluíram em um influente livro que as diferenças na maioria dos traços psicológicos entre os sexos são mínimas, mas consideráveis quando se trata de violência.

Uma pesquisa recente confirma esses resultados anteriores, mas revela que as mulheres também podem ser agressivas.

Em 1995, o psicólogo David Lykken, da University of Minnesota, escreveu que, se pudéssemos, de forma mágica, congelar criogenicamente todos os homens com idades entre 12 e 28 anos, a taxa de crimes violentos seria reduzida em dois terços. Os novos dados confirmam a tese de Lykken. Nos Estados Unidos, a taxa de crimes violentos entre mulheres com idade acima dos 10 anos é de 1 em 56, enquanto o valor correspondente entre os homens é de 1 em 9. Eles cometem cerca de 90% dos assassinatos nos Estados Unidos, de acordo com um relatório de 1999 da psicóloga Anne Campbell da Durham University, Inglaterra.

Os pesquisadores descobriram ainda que homens mais próximos a atividades criminosas exibem com mais freqüência episódios de agressão física. Em 2004, com sínteses matemáticas de 196 estudos (conhecidas como meta-análise), o psicólogo John Archer, da University of Central Lancashire, na Inglaterra, concluiu que homens são fisicamente mais agressivos que mulheres entre todas as idades, com a diferença de pico entre 20 e 30 anos. Essa diferença entre os sexos ocorreu em todos os dez países analisados por Archer, que incluiu os Estados Unidos, Finlândia, Espanha, Índia, Japão e Nova Zelândia. Curiosamente, os pesquisadores descobriram que homens fisicamente agressivos também são mentalmente agressivos. Comparados às mulheres, os homens pensam muito mais em violência ou vingança contra seus inimigos e tem sonhos fisicamente agressivos.

Alguns estudos mostram que mulheres são menos propensas a sentir raiva do que os homens. Em vez de expressar emoções usando punhos, as mulheres tendem a usar o que em 1995 foi chamado pelo psicólogo Nicki Crick de "agressão relacional", uma forma menos evidente caracterizada por espalhar boatos, fofocas, flagrantes, enviar mensagens de texto sobre rivais pelas costas, excluir outras de encontros sociais, zombaria, etc

No entanto, as mulheres não têm o monopólio da agressão verbal. Uma meta-análise de 2008 realizada pelo psicólogo Noel Card, da University of Arizona, e seus colegas, sugere que meninos e meninas sejam iguais em suas agressões na infância e na adolescência. Outro estudo sugere que essa ausência de diferenças entre os sexos persiste na idade adulta.

Surpreendentemente, as mulheres também têm a mesma probabilidade que os homens para expressar hostilidade ─ nesse caso, em um relacionamento romântico. O estereótipo popular do agressor doméstico é o do homem que machuca sua parceira. No entanto, pesquisas realizadas por Archer e Murray Straus, sociólogo da University of New Hampshire, questiona esse cenário. Suas análises demonstraram que homens e mulheres apresentam taxas iguais de violência quando se trata de relacionamentos. E alguns estudos sugerem até que as taxas de agressão física por parte das mulheres são ligeiramente superiores. Essa aparente igualdade não é apenas resultado de mulheres que se defendem, pois existem relatos de mulheres começam a briga. Ainda assim, a violência doméstica nas relações íntimas representa uma ameaça maior para mulheres do que homens. As mulheres sofrem cerca de dois terços das lesões, principalmente porque os homens são mais fortes (em média). Além disso, homens e mulheres diferem na gravidade de suas ações: as mulheres são mais propensas a dar um tapa e os homens, mais comumente um soco ou a sufocar suas parceiras.


Scott O. lLlienfeld e Hal Arkowitz Scott é professor de psicologia da Universidade Emory; Hal é professor de psicologia da Universidade do Arizona. Ambos participam do conselho consultivo da Scientific American Mind, nos Estados Unidos.


Autor: Scott O. lLlienfeld e Hal Arkowitz
Fonte: Scientific American Brasil

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