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Imagem cerebral flagra mentira em teste
 
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11/05/2010

Imagem cerebral flagra mentira em teste

Técnica conhecida como fMRI, que foi desenvolvida nos anos 1990, foi empregada no estudo

Em 2008, a psicóloga Renata Novaes Pinto foi assassinada na porta da sua casa, na Vila Madalena, por dois homens. Segundo um deles, o desempregado José do Prado tinha contratado o crime. Prado admitiu conhecer o suspeito que o acusou, seu vizinho, mas disse que nunca tinha visto o outro.

A polícia depois concluiu que Prado não só conhecia ambos como também os havia levado até o local do crime. Se a polícia tivesse utilizado com Prado o mecanismo proposto agora por cientistas americanos, poderia ter poupado trabalho.

Observando a atividade cerebral de voluntários, o trio da Universidade Stanford conseguiu dizer se uma face era conhecida ou não deles.

  Editoria de Arte/Folha Imagem  

O grupo usou uma técnica conhecida como fMRI, que foi desenvolvida nos anos 1990 e se tornou vedete entre os neurocientistas desde então.

Com ela, mapearam o cérebro dos 16 participantes do estudo enquanto eles observavam, aleatoriamente, tanto rostos desconhecidos quanto rostos familiares.

Os pesquisadores perceberam que as áreas utilizadas pelo cérebro para procurar faces já guardadas no "disco rígido" e para "salvar" novas eram diferentes (veja quadro acima).
Se os voluntários eram obrigados a dizer se conheciam ou não aquela face, os cientistas eram capazes de adivinhar se eles de fato falavam a verdade 95% das vezes, só olhando as imagens de fMRI.

Se os voluntários ficavam confusos em alguns casos, a taxa de acerto dos pesquisadores caía para 76%.

Segundo o trio, isso mostra que o mecanismo não funciona bem em casos pouco extremos, quando os pacientes têm apenas uma vaga sensação de lembrar daquela face.

Privacidade

"Eu não acho que as pessoas deveriam ficar assustadas, mas será importante para a nossa sociedade avaliar se algumas aplicações possíveis dessa tecnologia não são apropriadas", diz o psicólogo Jesse Rissman, coautor do estudo, referindo-se ao seu uso em tribunais.

Ele lembra também que o número de falsos positivos ainda é considerável.

"As capacidades de "leitura de mente" com fMRI ainda são muito rudimentares. Mas, no futuro, é possível que, escaneando o cérebro, possamos saber mais sobre os pensamentos, os sentimentos e as memórias de uma pessoa. Então, é importante que ninguém tenha de ter o seu cérebro escaneado sem o seu consentimento."

Rissman publicou o trabalho na revista científica "PNAS", junto com um colega jurista e um neurocientista.

Impactos

A utilização de tecnologias de mapeamento do cérebro nos tribunais ainda cria discussões sobre a sua eficiência e sua legitimidade ao invadir a intimidade das pessoas.

Especialistas, porém, lembram que a tecnologia já está causando impactos na vida de quem utiliza a Justiça, mesmo no Brasil.

"Alguns clientes meus já sofrem por causa disso", diz o advogado Mário Paiva, especialista no impacto da tecnologia na justiça e professor da Universidade Federal do Pará.

"Procurando pelo nome de alguém nos sites do tribunais é possível saber se a pessoa tem dívidas, se brigou com a mulher e deve pensão, se já processou algum ex-patrão. Pode causar problemas na hora de procurar um emprego ou alugar uma casa, por exemplo", diz ele.

"A tecnologia veio para ficar e ajuda muito, facilitou o trabalho, acelerou as decisões judiciais. Mas a intimidade é uma questão importante."


Autor: Ricardo Mioto
Fonte: Folha de São Paulo

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