
A pesquisa, que ouviu aproximadamente mil adultos e o mesmo número de adolescentes, entre 13 e 17 anos, procurou observar todos os aspectos dos impactos emocionais do jovem adolescente com acne, incluindo a importância da participação dos pais para o sucesso dos tratamentos.
O estudo ainda apontou que os jovens com acne têm maior probabilidade de serem percebidos como tímidos, “nerds” e solitários. Já os adolescentes que possuem a pele limpa e livre de acne são facilmente caracterizados como felizes, inteligentes e divertidos, de acordo com os dados coletados e analisados pela equipe de Ritvo.
“Acredito que seja porque as pessoas procuram pela beleza quando olham para os outros e no momento em que o indivíduo se torna adolescente, ele, que possuía uma pele bonita e sem sinais, passa a apresentar as marcas da acne e a primeira coisa que chama a atenção das pessoas ao olhar para esses jovens são os pontos vermelhos presentes lá. A acne tira o foco de atenção dos pontos belos e fortes do rosto do indivíduo, desviando a atenção para os aspectos menos interessantes da pessoa”, alerta a psiquiatra.
A pesquisa realizada por Ritvo mostra as dificuldades que o adolescente com acne encontra. Lidar com uma doença tão comum e ao mesmo tempo tão complicada envolve diversas questões que, às vezes, afetam demais a fase adolescente, uma época em que diversas mudanças acontecem no organismo , além de ser a fase em que a autoestima é constituída. Por isso, procurar ajuda médica (e dependendo do caso, até psicológica), além de contar com o apoio dos pais é extremamente importante.
“Os adolescentes são sensíveis emocionalmente a fatores variáveis, mas algumas conversas ou atitudes podem chamar a atenção para que a acne seja o gatilho para essa baixa autoestima. Não querer sair da casa porque se sente feio, não querer ir a festas ou sair com amigo, por exemplo, pode ser reflexo do excesso de acne”, diz Ritvo. E situações que causam constrangimento podem afetar diretamente o emocional dos adolescentes, levando ao desenvolvimento de outros transtornos mentais.
“A adolescência já é uma fase da vida turbulenta o suficiente sem o estresse da acne, por isso, orientamos que pais e adolescentes que têm a doença a vejam como uma condição médica e que deve ser tratada adequadamente pelos dermatologistas”, completa Eva Ritvo.