Estudo feito em colaboração com a Organização Mundial de Saúde e outros sete laboratórios, na Universidade de Stanfor School of Medicine, elaborou uma lista com 93 mutações do vírus do HIV associado ao seu poder de resistências aos medicamentos. A pesquisa será utilizada para monitorar as tendências mutagênicas do vírus.

Os especialistas analisaram dados de mais de 15.000 pacientes em todo o mundo a fim de desenvolver um catálogo preciso e atualizado. A lista sita os tipos mais comuns de mutação e será divulgada em março pelo jornal on-line PloS-One (disponível em: www.plosone.org).

“A epidemia está mudando, especialmente porque novas drogas estão sendo desenvolvidas”, disse Rober Shafer, professor especialista em doenças infecciosas de Stanford. “Para efetivamente monitorar as mutações do vírus, precisamos de uma lista especifica e que seja aprovada por todos os especialistas da área”.

O estudo é importante, diz ele, na medida em que ajuda os países a aferir a eficácia dos seus programas de combate ao HIV. Mas a montagem dessa lista pode ser um desafio, especialmente pelo fato desse vírus ter tantas variações.

Em 2007, Shafer e seus colegas publicaram um trabalho similar, com 80 tipos de mutações do HIV. Desde então, ral lista tem servido como base para a vigilância global da AIDS. No entanto, com o uso de novas medicações, os padrões de resistência mudaram, por isso a necessidade de uma lista mais atual.

As informações utilizadas no estudo foram provenientes de um banco de dados que Shafer e seus colegas organizam desde 1998. Conhecida como “Stanford HIV RT e Protease Sequence Database”.

Para compilar a lista mais recente, os investigadores adicionaram dados de laboratórios de diferentes partes do mundo para incluir mais de 15.000 seqüências de indivíduos não tratados, o dobro do número disponível em 2007. Para garantir a diversidade geográfica, foram incluídas oito diferentes subtipos do vírus, uma vez que estes variam de muito de uma região do mundo para outra.

Foram catalogadas apenas as mutações claramente reconhecidas por aumentar a resistência do vírus. Foram excluídos polimorfismos, variantes naturais, e mutações que ocorrem raramente. O resultado foi que 16 novas mutações foram adicionadas à lista de 2007, enquanto três foram abandonadas.

Versão em Português: Fábio P. de Brito