Desde o atendimento na Delegacia da Mulher, onde a vítima registra a ocorrência de agressão, até o atendimento na Defensoria Pública do Estado, que atende a área jurídica, mas também presta atendimento psicológico e realiza oficinas que contribuam para a reflexão, construção da cidadania e autodeterminação das mulheres. Através da Secretaria da Justiça, o Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (CRM) também apóia a Delegacia da Mulher, com uma equipe constituída por psicólogas, advogadas e assistentes sociais.
Um aumento significativo de ocorrências policiais já foi verificado pelo Governo do Estado, através da Polícia Civil. Das 9.399 ocorrências policiais registradas em 2007, que vão desde lesão corporal, passando por crimes contra a honra e contravenções penais, houve um aumento para 13.099 em 2008, e em 2009 a média de ocorrências chegou a mais de 40 por dia. Isso se deve ao trabalho multissetorial dos órgãos estaduais. A Coordenadoria Estadual da Mulher, vinculada ao Gabinete da Governadora, também é um dos instrumentos que o Governo do Estado lança mão para assessorar, assistir, apoiar, articular e acompanhar ações e políticas voltadas à mulher vítima de violência.
De acordo com a dirigente do Núcleo de Família e de Defesa da Mulher Vítima da Violência, da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Fernanda Tomé, o núcleo foi criado em 2008, apoiando ações de prevenção e atendimento direto com defensores públicos, assistentes sociais e psicólogos. "Cada caso de violência é encaminhado para uma ação específica. Mas é importante salientar que as mulheres estão se sentindo mais seguras e com mais opções de atendimento nos casos da violência doméstica. A Defensoria Pública também tem um trabalho muito importante no Rio Grande do Sul na questão da informação, divulgando os direitos da vítima e os serviços que podem atendê-la", garante. Também integrante da Defensoria Pública, o psicólogo Marcelo Verdi destaca que as mulheres que procuram o apoio psicológico tem principalmente a questão do problema imediato.
"Grande parte das mulheres que registram ocorrências policiais ou que procuram a Defensoria em função da violência doméstica não levam o processo até o fim, por muitos fatores. O atendimento imediato ajuda essas vítimas da violência a ter a coragem e a disposição de levar adiante as medidas necessárias para se defender da violência", disse Verdi. O psicólogo acrescenta que o atendimento é estendido para as mulheres que desejam fazer a psicoterapia, com apoio gratuito pelo tempo que elas precisarem do tratamento.