
Um estudo feito nos Estados Unidos alerta para a importância de médicos que receitam remédios para disfunção erétil, como o Viagra, orientarem os pacientes sobre práticas de sexo seguro. A pesquisa, feita com 1,4 milhão de homens com mais de 40 anos de idade, indica que aqueles que usam esse tipo de medicamento estão mais sujeitos a contrair DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) como a Aids.
Com a chegada desses remédios (o Viagra foi lançado em 1998), pessoas de mais idade ganharam uma forma poderosa de manter a vida sexual. O problema é que levantamentos feitos em vários países indicam que a população com mais de 50 anos estão menos dispostos a adotar medidas preventivas contra as DSTs, como usar camisinha, ou fazer testes que detectam o HIV.
O médico Anupam B. Jena, do Hospital Geral de Massachusetts, principal autor da pesquisa, diz que "todo mundo que não pratica sexo seguro, não importa em que idade, pode pegar uma DST".
– Apesar de as doenças sexualmente transmissíveis serem relativamente raras em homens mais velhos (algo da ordem de um caso para casa 1.000 indivíduos), nós descobrimos que os índices de DST em homens que usam remédios para disfunção erétil eram entre duas e três vezes maiores.
No levantamento, os pesquisadores analisaram dados de funcionários de 44 grandes empresas dos Estados Unidos, entre 1997 e 2006. Os usuários de remédios como o Viagra e o Cialis, que totalizaram 40 mil pessoas, foram analisados no período de um ano antes da primeira prescrição do produto e um ano depois do início do tratamento.
Esses homens tinham maiores índices de DSTs tanto no período anterior ao uso do medicamento quanto no ano posterior. Como não houve grandes mudanças entre os dois períodos, os pesquisadores dizem que isso indica que o grupo adota mais comportamentos de risco com relação ao sexo.
Dana Goldman, da Universidade do Sul da Califórnia, também autora da pesquisa, diz que "os profissionais de saúde precisam reconhecer que seus pacientes mais velhos que tomam remédios para disfunção erétil já têm um risco maior de pegar uma DST".
– Os médicos que prescrevem esses medicamentos e os farmacêuticos que os vendem deveriam aconselhar os consumidores sobre a importância do sexo seguro.