Aproximadamente 50% das mortes por queimadura acontecem devido a infecções ocasionadas pela ação de bactérias tóxicas, que ao atacar as células dissolvem a membrana celular. Com base nesses dados uma equipe internacional de cientistas está desenvolvendo um curativo que se automedica.

Com abundante concentração de nanopartículas a bandagem capta a presença de bactérias em uma lesão e age secretando antibióticos. A tática deste processo consiste em utilizar as toxinas das bactérias para romper vesículas contendo antibióticos. Caso funcionasse, as vesículas poderiam ser colocadas em bandagens que liberariam o antibiótico apenas se houvesse infecção de um ferimento.

Segundo o farmacêutico e tutor do Portal Educação Ronaldo de Jesus da Costa, a invenção é muito importante para a área da saúde, pois pode acabar com a necessidade de antibioticoterapia profilática, comum em hospitais, em que o paciente recebe antibióticos para prevenir infecções, o que leva ao desenvolvimento de bactérias super-resistentes.

“Claro que funcionaria muito bem, mas somente em caso de bactérias que necessariamente liberam toxinas. De qualquer forma, pesquisas podem avançar e tentar a liberação das cápsulas de antimicrobianos por reconhecimento a anticorpos, por exemplo, expandindo a ação para todo tipo de bactéria”, diz o tutor.