No Brasil 26% da população tem 40 anos de idade ou mais segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Uma das conseqüências deste indicador é o crescimento do consumo de óculos prontos para corrigir presbiopia ou vista cansada que são facilmente encontrados em farmácias, supermercados e até em lojas de conveniência.
De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a presbiopia, dificuldade para enxergar de perto, é inevitável. Surge por volta dos 40 anos em decorrência do envelhecimento que enrijece a musculatura ocular e o cristalino, diminuindo a capacidade de acomodação, ou foco. Ele diz que 6 em cada 10 présbitas chegam ao consultório usando os populares óculos de farmácia para corrigir o problema. São atraídos pelo baixo preço e por acreditarem que a doença é um mal menor. Resultado – Colocam a saúde dos olhos em risco. Isso porque, explica, é a partir desta idade que geralmente surgem o glaucoma e alterações na retina. Para preservar a visão o recomendável é fazer um check-up ocular completo a cada dois anos nesta faixa etária. Além disso, comenta, a única forma segura de garantir correção visual adequada é através da prescrição médica. Os óculos de farmácia podem até melhorar a visão de perto, ressalta, mas por terem grau aproximado, exigem maior esforço visual. Por isso, explica, podem agravar a presbiopia e provocar dor de cabeça no final do dia.
O médico afirma que as principais diferenças entre óculos de farmácia e prescritos são:
ÓCULOS DE FARMÁCIA
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ÓCULOS PRESCRITOS
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- Distância pupilar padrão
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- Distância pupilar personalizada
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- Mesmo grau nas duas lentes
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- Graus diferentes para cada olho presente na maioria das pessoas
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- Avaliação da leitura feita a diferentes distâncias
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- Avaliação feita sempre na mesma distância
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- Frequentes irregularidades na superfície das lentes que podem causar astigmatismo
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- Lentes com superfície regular
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- Grau aproximado que pode agravar a presbiopia
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- São prescritos com grau correto
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CORREÇÂO DE VÍCIOS DE REFRAÇÃO E PRESBIOPIA
Os problemas não param por aí. Queiroz Neto afirma que um levantamento do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) demonstra que 30% da população adulta têm hipermetropia, dificuldade de enxergar de perto que predispõe à presbiopia precoce. Outros 10% a 20% têm miopia pura ou associada ao astigmatismo que mascara a presbiopia e até permite a leitura sem óculos o que não é recomendado por forçar a visão. Significa que os óculos de farmácia não corrigem a visão de até 2 em cada 10 présbitas por serem monofocais.
As opções em óculos para correção simultânea da presbiopia associada à miopia, hipermetropia ou astigmatismo são:
Monofocais
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Para quem nunca usou óculos e hipermétropes
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Bifocais
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Miopia e astigmatismo
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Multifocais
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Miopia e astigmatismo
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SOLUÇÔES PARA SE LIVRAR DOS ÓCULOS DE LEITURA
Lentes de contato multifocais: Para quem não gosta de usar óculos, o médico diz que a presbiopia conjugada com miopia e/ou astigmatismo pode ser tratada com lentes de contato multifocais.
Monovisão: Quem nunca usou óculos pode usar lente para perto em um só olho ou fazer uma cirurgia pela técnica de Lasik em que é aplicado laser na córnea de um dos olhos para manter a visão de longe no outro. O problema comenta, é que as lentes são de difícil adaptação. Quem opta pela monovisão cirúrgica precisa refazer a cirurgia após alguns anos por causa da progressão da presbiopia.
Preslasik: Présbitas com astigmatismo ou hipermetropia associada podem corrigir o problema com preslasik, uma técnica cirúrgica que molda a córnea, mas a correção também é temporária.
Lente intra-ocular: Queiroz Neto diz que única correção cirúrgica definitiva é o implante de lente intra-ocular multifocal para quem tem presbiopia com miopia ou hipermetropia, mas o procedimento só é feito quando a pessoa já apresenta catarata que geralmente surge após os 65 anos.