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Estudo relaciona genética a problemas emocionais em crianças que sofreram bullying
 
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25/07/2010

Estudo relaciona genética a problemas emocionais em crianças que sofreram bullying

Bullying escolar, um tipo de assédio moral, pode ser observado em várias culturas

A vitimização por bullying é comum entre crianças em idade escolar, embora as suas consequências possam não ser benignas. A recente morte de um adolescente em Massachusetts por suicídio levou os legisladores estaduais a aprovarem um das leis mais abrangentes antibullying dos E.U.A. Tais medidas legislativas podem resultar em diminuição mensurável do sofrimento físico ou emocional entre crianças na idade escolar. Contudo, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Duke e do Kings College London descobriu uma variação genética que modera os problemas emocionais nas vítimas de bullying, que pode fazer com que continuem a desenvolver problemas emocionais.

As interações genéticas e ambientais são uma área emergente da pesquisa científica e um corpo crescente de evidências demonstra que as crianças que são vítimas de bullying estão em risco de desenvolverem problemas emocionais, incluindo depressão. No entanto, nem todas as crianças que são maltratadas irão desenvolver tais problemas. Se uma variação genética pode contribuir para distúrbios emocionais em crianças que são maltratadas foi o foco de um estudo publicado na edição de agosto de 2010 do Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (JAACAP) (1).

No artigo intitulado de "The Serotonin Transporter Gene Moderates the Development of Emotional Problems Among Children Following Bullying Victimization", Dr. Sugden e colegas relataram as conclusões da pesquisa realizada com uma amostra de 2.232 pessoas do mesmo gênero. As avaliações foram realizadas entre 1999 e 2000, quando as crianças tinham 5 anos de idade; e, posteriormente, quanto tinham 12 anos de idade. As crianças foram avaliadas em relação a problemas emocionais relatados por suas mães e professores com a utilização de dois instrumentos: Child Behavior Checklist e Teacher's Report Form. Além de entrevistas, amostras de DNA, adquiridas de materiais bucais, foram avaliadas para determinar a presença ou ausência da variação genética sob investigação.

Os pesquisadores observaram que variações genéticas no gene 5-HTTLPR, especificamente no genótipo SS, na interação com bullying agravaram os problemas emocionais. Em segundo lugar, a força dessa influência genética relacionou-se à frequência da experiência de bullying (por exemplo, o gene e o ambiente apresentavam maior interação quanto mais as crianças passaram pela experiência de bullying).

No artigo, Sudgen e colegas disseram que "essa moderação genética persiste após controlar os problemas emocionais pré-vitimização e outros fatores de risco compartilhados por crianças que cresceram no mesmo ambiente de uma mesma família". Os resultados estão de acordo com o recente relatório apresentado por Benjet e colegas (2) que encontrou como resultado que o genótipo SS se relacionou à propensão à depressão em vítimas de agressão.

Esse artigo foi discutido em um editorial do Dr. James J. Hudziak e Dr. Stephen V. Faraone no Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (3) Ao falar sobre o uso de gêmeos, em estudos, para determinar se uma doença ou distúrbio psicológico pode ser herdado, os Drs. Hudziak e Faraone comentaram que "esses projetos mudaram nossos debates inflamados e equivocados sobre a natureza versus criação. Aprendemos que ambos os domínios da psicopatologia são afetados, exercendo efeitos que às vezes agem de forma independente um do outro e às vezes de forma interativa, fazendo com que algumas crianças sejam mais vulneráveis ao aparecimento de patologias. Os estudos com gêmeos mostram que a ação genética pode ser complexa, com variações do DNA em um lócus genético, por vezes, agindo aditivamente, outras vezes, de um modo dominante ou recessivo”.

Sobre a relevância do estudo de Dr. Sugden e colegas, Drs. Hudziak e Faraone disseram que "estudos genéticos como esse podem levar a intervenções de saúde pública (por exemplo, um maior esforço para diminuir o assédio moral), que podem reduzir a prevalência da psicopatologia na criança" (3).

Referências

1. Sugden K, Arseneault L, Harrington H, Moffitt TE, Williams B, Caspi A. The Serotonin transporter gene moderates the development of emotional problems among children following bullying victimization. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 2010; 49:830-840.

2. Benjet C, Thompson RJ, Gotlib IH. 5-HTTLPR moderates the effect of relational peer victimization on depressive symptoms in adolescent girls. J Child Psychol Psychiatry Allied Disc. 2009;51:173-179.

3. Hudziak JJ, Faraone SV. The new genetics in child psychiatry. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 2010; 49:729-735.

Tradução: Equipe SIS.Saúde


Autor: Redação
Fonte: EurelAlert. Disponível em: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2010-07/e-rfg072210.php

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