Analisando os cérebros de pessoas disléxicas em comparação ao cérebro de pessoas saudáveis, um estudo publicado na revista cientifica americana, a Cell Press lança uma luz sobre as reais causas dessa deficiência de aprendizado que atinge de quatro a dez por cento da população. Os achados reforçam a idéia de que o déficit de leitura e escrita deriva de uma incapacidade de integrar corretamente sons e palavras.
“Adultos com dislexia têm experiência para associar corretamente as palavras a sua fala”, disse a doutora Vera Blau da University of Maastricht, na Holanda. “Mesmo assim, os resultados apresentados mostram que esta associação ocorre de uma maneira completamente diferente em cérebros saudáveis”.
Através da ressonância magnética, os pesquisadores analisaram o funcionamento dos cérebros de pessoas disléxicas e adultos normais durante atividades de escrita e fala e como essa relação acontecia. Os disléxicos adultos apresentaram menor ativação de uma região cerebral, o córtex temporal, em comparação aos adultos normais.
“As conclusões indicam que o déficit neural na integração entre escrita e fala é um mecanismo fundamental para distinguirmos bons de maus leitores”, afirmou Blau.
Os especialistas da University of Maastricht estão realizando estudos com crianças em fase de alfabetização para entender se a dificuldade em integrar a escrita com a fala começa antes do período escolar e se começa com os déficits no processamento de sons e linguagem.
Além dos esforços para entender melhor esta deficiência, os resultados da pesquisa poderão auxiliar novos tratamentos. “Nosso resultados podem melhorar nossa estratégia no combate a dislexia”, afirma a equipe.
Versão em Português: Fábio P. de Brito