
"Saúde não é apenas a ausência de doenças, mas o bem-estar físico, mental e social". A definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o indivíduo que não apresenta enfermidade alguma é a melhor para determinar o porquê da celebração, nesta quinta-feira (5), do Dia Nacional da Saúde. A data, criada para homenagear o bacteriologista Oswaldo Cruz (que nasceu neste dia, em 1872), pioneiro no estudo de doenças tropicais e da medicina experimental no Brasil, pode ser uma época ideal para iniciar hábitos saudáveis.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, explica que, desde 2002, o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos principais serviços públicos do país, atendeu mais de 100 milhões de brasileiros, proporcionando resultados relevantes.
- Através do SUS, reduzimos em 20% a mortalidade infantil (2003 a 2008); ampliamos em 125% o número de consultas pré-natal (2003 a 2009); diminuímos a desnutrição e ampliamos a adesão à vacinação - disse Beltrame. - Estamos próximos da eliminação do tétano e houve redução significativa de mortes em outras 11 doenças transmissíveis, como tuberculose, hanseníase, meningite, malária, Aids e sífilis.
Mesmo diante de tais dados, o presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novellino, lança um alerta especial para outro problema: a OBESIDADE. Segundo ele, as crianças já crescem se preocupando menos com a prática de exercícios e uma ALIMENTAÇÃO balanceada.
- Um dos principais males da sociedade contemporânea é a OBESIDADE infantil - opinou Novellino, que aposta na escola como caminho para uma boa educação alimentar. - Apenas aulas de educação física não são suficientes para estimular a criança sobre a importância de hábitos saudáveis.
Segundo a analista de projetos da área de saúde do Sistema Firjan, Márcia Cristina Serafim Machado, o resultado apresentado no último levantamento sobre a QUALIDADE DE VIDA dos industriários fluminenses é preocupante.
- O diagnóstico comprovou 36,3% de pessoas vítimas de HIPERTENSÃO. O problema é que, deste total, apenas 13% tinha noção de seu estado patológico - analisou o levantamento feito em 2009 pela Firjan. - É importante que as pessoas se conscientizem da importância de ter um comportamento preventivo.
Por outro lado, de acordo com a psicóloga Mina Bari, para uma mudança de hábitos é necessária que, em primeiro lugar, o indivíduo tenha a noção de que está doente.
- A saúde física depende de uma boa saúde mental - explicou Mina. - Uma pessoa é diagnosticada como hipertensa, por exemplo, e o médico lhe aconselha a não ser tão ansiosa. Como não ficar ansioso morando em uma cidade como o Rio, onde a violência e a marginalidade imperam? Deve-se levar em conta todos os fatores externos que a pessoa vive, do contrário, não tem como mudar.