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23/03/2009

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Rio Grande do Sul é destaque na área

Telas de computadores e cabos de fibra óptica podem ser um remédio para amenizar o drama da ambulancioterapia, que todos os dias transporta um contingente de cerca de 6 mil pacientes do Interior à Capital em busca de atendimento médico. Para profissionais da área da saúde, o investimento em tecnologia de informação é um dos requisitos fundamentais para definir com segurança diagnósticos e tratamentos nos municípios de origem, evitando a peregrinação aos grandes centros.

Em Porto Alegre, um exemplo de como a tecnologia pode ser útil à saúde pública mudou a rotina de gestantes dos bairros Restinga, Lomba do Pinheiro e Navegantes. Em postos de atendimentos locais, elas agora podem fazer ultrassonografias transmitidas ao vivo para especialistas do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e não precisam mais ir à área central da Capital. Embora se trate da mesma cidade, muitas deixavam de fazer o exame antes, colocando em risco a sua vida e a do bebê.

Para o diretor da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Ivan Carlos Antonello, iniciativas desse tipo também são bem-vindas no interior. Segundo ele, uma estratégia para amenizar o sofrimento de quem precisa se deslocar aos grandes centros para se tratar seria investir na instalação de computadores e conectá-los à internet em hospitais e postos de saúde do Interior. Beneficiados por parcerias com centros de saúde de referência, esses profissionais poderiam, com a ajuda de programas como o Skype e o MSN (de interação instantânea), recorrer virtualmente aos especialistas de Porto Alegre para se assegurar do diagnóstico e do tratamento destinado a cada paciente. Dessa forma, muitos dos encaminhamentos à Capital poderiam ser evitados.

– Esse parece ser um caminho. Resta saber se haveria interesse. Sabemos que o município, ao transferir um paciente, também transfere o custo dele. Muitas vezes, a ambulancioterapia é a solução mais fácil encontrada pelas prefeituras – avalia Antonello.

O presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Cláudio Franzen, concorda que a telemedicina poderia ajudar a diminuir a corrida em direção aos hospitais da Capital. Apesar disso, ele alerta para a necessidade de haver médicos preparados para usar essa tecnologia. Outra preocupação é a oferta de equipamentos apropriados.

– Colocar essa interação em prática é mais complicado do que parece, ainda mais quando se sabe que a política de saúde aplicada hoje está indo no sentido contrário ao da descentralização – afirma Franzen.

Para a vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Maria Rita de Assis Brasil, nem todos os exames, porém, podem ser feitos no Interior por falta de estrutura. Seria preciso que prefeituras e governo do Estado investissem em aparelhos de ecografia e de tomografia, por exemplo, para viabilizar a consulta virtual a médicos da Capital.

– Também não se pode esquecer do tratamento. Será que, mesmo que conseguissem obter o diagnóstico sem sair de sua cidade, os pacientes teriam o tratamento necessário no Interior? Sabemos que isso nem sempre acontece – diz Maria Rita.

Ministério da Saúde realiza programa-piloto no Estado

Um programa-piloto patrocinado pelo Ministério da Saúde e realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 2007 indica que a troca de informações via internet pode, sim, fazer a diferença. Ao todo, 43 municípios, abrangendo cerca de 500 mil pessoas, fazem parte do Projeto Telessaúde Brasil-RS.

Com um investimento inicial de R$ 1,8 milhão, a proposta levou cem computadores, impressoras e webcams a Unidades de Saúde da Família desses municípios. Em seguida, deu capacitação a médicos, enfermeiros e dentistas que atuam nesses estabelecimentos para que aprendessem a usar a internet e solicitassem consultorias para sanar dúvidas.

Assim, desde de 2008, os beneficiados passaram a trocar informações com médicos de família e profissionais de outras especialidades ligados aos hospitais Conceição e de Clínicas, totalizando 850 consultorias. Em conversas em tempo real, discutiram casos considerados complicados e, muitas vezes, concluíram que não havia a necessidade de mandar os pacientes a Porto Alegre, porque o problema podia ser resolvido ali mesmo, na sua cidade.

– Fizemos uma pesquisa e constatamos que 59% dos atendimentos que contaram com a consultoria virtual em 2008 livraram os pacientes de serem encaminhados a Porto Alegre ou a outros polos regionais. É um número muito expressivo e mostra o quanto iniciativas como essa podem ser importantes para acabar com a ambulancioterapia – resume um dos coordenadores do projeto, Eno Dias de Castro Filho.

O resultado deu tão certo, segundo o médico, que a ideia agora é duplicar o número de postos atendidos pelo projeto, com uma previsão de mais R$ 3 milhões em recursos por parte do ministério.

Autor: Jorn. Juliana Bublitz
Fonte: Zero Hora

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