Glioma é todo o tipo de câncer originário na glia, células não-neuronais do sistema nervoso central, responsáveis pela nutrição e suporte dos neurônios. São tumores raros e classificam-se quanto ao seu aspecto e gravidade. A medicina atual conhece muito pouco a respeito do mecanismo de desenvolvimento dessa doença, assim como de outros tipos de câncer cerebral. O que se sabe é que são raros e, quase sempre, fatais.
Entretanto, recentes estudos com tecidos e pequenos animais vivos, realizados nos últimos anos por pesquisadores brasileiros, constataram que certos tipos de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) não só induzem a morte celular do tumor, como também inibem o crescimento do câncer e tornam a quimioterapia e a radioterapia mais eficazes.
De acordo com informações da agência Fapesp, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a partir do entendimento do metabolismo desse tipo de neoplasia, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) pretendem desenvolver medicamentos antitumorais com base em AGPIs como os eicosanóides e os ácidos gama-linoléicos. A pesquisadora Alison Colquhoun apresentou, durante o 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Biologia Celular, um resumo dos avanços nas pesquisas de sua equipe acerca deste tema, que será discutido em um artigo publicado na edição da revista especializada Molecular Neurobiology.
A pesquisadora desenvolve estudos a respeito do metabolismo das células tumorais durante toda a sua carreira, mas, nos últimos cinco anos, o foco das pesquisas foi redirecionado aos gliomas e outros tumores cerebrais. Alison mencionou que seu interesse por essa área de pesquisa vem da dificuldade de se obter material para estudar o assunto e de tratar esse tipo de doença, o que exemplifica o avanço do Brasil nas pesquisas relacionadas ao câncer cerebral.