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Médicos brasileiros dizem que há preconceito contra remédios para emagrecer
 
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08/09/2010

Médicos brasileiros dizem que há preconceito contra remédios para emagrecer

Para especialistas, é um erro associar medicamentos para a perda de peso unicamente a questões estéticas

Emagrecer nem sempre é uma questão estética. Não no caso de pessoas acima do peso que podem desenvolver os conhecidos problemas decorrentes da obesidade. Apesar de parecer lógico, os especialistas acreditam que ainda existe um grande preconceito contra as drogas emagrecedoras. “A comunidade científica vai demorar um tempo até aceitar que esses remédios são necessários. O começo do preconceito parte do princípio de achar que os obesos são responsáveis pela própria doença e que poderiam sair dessa condição ao mudar os hábitos de vida”, explica Márcio Mancini, Presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

Uma nova fase da guerra contra os emagrecedores começou este ano com a sibutramina – substância prescrita para a perda de peso. No início deste ano, a Agência Europeia de Medicamentos (Emea) proibiu a venda da droga após a apresentação de dados preliminares de uma pesquisa. O estudo, realizado com cerca de 10.000 pessoas, durante seis anos, revelou que o uso da droga aumentava em 16% as chances de risco cardiovascular, sem aumento de mortalidade. Na última quinta-feira, os dados finais do levantamento foram publicados na revista New England Journal of Medicine mostrou que o alarde não era para tanto, segundo o endocrinologista Walmir Coutinho, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. “O estudo foi realizado em pacientes com mais de 55 anos, com diabetes, doenças cardiovasculares pré-existentes ou em pacientes com os dois fatores associados. Esse não é o perfil dos pacientes que utilizam a sibutramina”, explicou.

Na ocasião, os dados preliminares motivaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a transferir o remédio para a lista de medicamentos controlados. Com isso, a tarja do remédio mudou de vermelha para preta e a droga só pode ser vendida pelo receituário azul, com numeração controlada. Na opinião de Coutinho, é um exagero, já que a grande pesquisa só serviu para comprovar o que já estava escrito na bula: que há ressalvas sobre o uso do medicamento em pessoas com obesidade associada a doenças cardiovasculares. Os resultados completos do estudo serão apresentados pela primeira vez no Brasil neste domingo, durante o Congresso de Endocrinologia e Metabologia.

Já os editores do New England Journal of Medicine têm uma opinião diferente dos especialistas brasileiros. “É difícil pensar em um argumento racional que mantenha essa droga no mercado”, afirmaram, no editorial da revista. Segundo eles, a sibutramina possuiu eficácia questionável para perda de peso e um mecanismo plausível para explicar o risco cardiovascular. O editorial foi direcionado aos especialistas do FDA, agência reguladora americana, que se reúne no dia 15 de setembro para discutir o rumo da sibutramina nos Estados Unidos.

“Em remédio para tratar a diabetes, por exemplo, o FDA admite um risco de doença cardiovascular de até 30%. No caso da sibutramina, mostrou-se que pacientes que nem estavam recomendados pela bula tinham 16%. Por que existe essa diferença?”, contesta Coutinho. "Existe um preconceito contra remédio para tratar obesidade, contra o paciente obeso e contra o médico que trata a obesidade”, finaliza. Ele acrescenta ainda que o preconceito existe porque as pessoas acreditam que o remédio é utilizado por questões estéticas, por pessoas que não estão acima do peso. Segundo a Anvisa, em 2009, a população brasileira consumiu quase 2 toneladas de sibutramina - número que deve cair após a restrição da venda.

Diretriz

O departamento de obesidade da Sbem e a Abeso (Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) se reuniram para atualizar as diretrizes sobre o uso da sibutramina, que deve ser divulgada até o fim deste mês. "Foi reforçada a importância do remédio, a dosagem que pode ser usada, o fato que ela não é contraindicada em diabéticos e o fato que ela não causa dependência química", adianta Mancini.


Autor: Natalia Cuminale, de Gramado (RS)
Fonte: Veja

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