Pesquisadores espanhóis descobriram que a droga raltegravir, presente no coquetel para tratamento da Aids, pode também funcionar contra um tipo de vírus da herpes, o que abre caminho para o desenvolvimento de remédios contra a doença, que não tem cura.
O citomegalovírus humano (HCMV), que serviu de base para a pesquisa, provoca danos neurológicos em 1% dos recém-nascidos que nascem em países desenvolvidos. Causa também retinite (inflamação na retina) em pessoas que têm HIV – em 25% dos casos, a situação se deteriora e acaba em cegueira. Além disso, soropositivos podem ter problemas como mononucleose e doenças de garganta, especialmente os mais jovens.
De acordo com os pesquisadores do Instituto de Pesquisas em Biomedicina de Barcelona, responsável pelos experimentos, 90% dos adultos têm o HCMV, mas o vírus é oportunista e se manifesta mais em pessoas que estão com o sistema imunológico debilitado, como os pacientes com Aids ou que estão passando por tratamento contra o câncer. O contágio se dá, entre outras formas, pelo contato com fluidos corporais (urina, saliva, leite materno, sangue, lágrimas, sêmen e fluido vaginal).
Por enquanto, os pesquisadores fizeram apenas testes de laboratório, mas conseguiram fazer com que o vírus parasse de se multiplicar. Agora, é necessário usar células infectadas pelo vírus para comprovar que o raltegravir pode funcionar contra outros tipos de vírus da herpes.