Estudo coordenado pelo professor Pim Cuijpersa, da Universidade de Amsterdam, na Holanda, identificou que a psicoterapia associada ao tratamento medicamentoso é mais eficaz que o tratamento psicoterápico ou medicamentoso unicamente para os casos de depressão maior e distimia. Os pesquisadores realizaram uma meta-análise com base em 16 estudos publicados anteriormente, publicado na revista científica Clinical Psychology Review, em fevereiro de 2010.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV (DSM-IV), a depressão maior pode ser caracterizada por, no mínimo, duas semanas de humor deprimido ou perda de interesse em quase todas as atividades diárias, acompanhado de outros sintomas, tais como: alterações no apetite, peso, sono, pensamento, concentração, entre outros; causando prejuízos em áreas importantes da vida (ocupacional, social, etc.). Já a distimia caracteriza-se por uma depressão crônica, de suave a média intensidade, ocorrendo a maior parte do dia ao longo de dois anos.
Conforme estudo realizado pelo professor Pim Cuijpersa e equipe, o tratamento psicoterápico realizado unicamente tem menos eficácia que o medicamento realizado de forma independente, sendo necessárias 18 sessões psicoterápicas para que comece a se poder avaliar os resultados do tratamento. No entanto, quando o tratamento psicoterápico é associado ao tratamento medicamentoso, os resultados podem ser mais promissores na remissão dessas patologias, especialmente, para os casos de depressão maior. Em relação à distimia, o tratamento psicoterápico obteve efeitos menos significativos, mesmo que associado ao medicamentoso.
De acordo com os pesquisadores, “a meta-análise realizada deixou claro que a psicoterapia tem um efeito significativo sobre a depressão crônica e a distimia, embora esses efeitos possam ser pequenos, mas, qualquer ajuda para melhorar a depressão crônica é relevante do ponto de vista clínico. Contudo, os autores alertam que o estudo apresentou limitações significativas, principalmente, devido ao número pequeno de pesquisas avaliadas; porém, os resultados podem ser um indício da importância de se tratar tanto a depressão maior como a distimia com todos os recursos disponíveis.
Fonte
CUIJPERSA, P. Psychotherapy for chronic major depression and dysthymia: A meta-analysis. Clinical Psychology Review, v. 30, n. 1, p. 51-62, Fev. 2010.