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Pesquisa revela como privação de sono pode desencadear diabete
 
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28/09/2010

Pesquisa revela como privação de sono pode desencadear diabete

Proteína conhecida como criptocromo já era conhecida como fator regulador do relógio biológico em plantas, insetos e mamíferos, mas não se conhecia seu papel no metabolismo de energia

Pesquisadores americanos descobriram que uma proteína que regula o relógio biológico de mamíferos também está relacionada à síntese de glicose no fígado durante períodos de jejum prolongado. A descoberta, publicada na revista Nature Medicine, ajuda a entender a relação entre privação de sono e distúrbios metabólicos, como obesidade e diabete, abrindo caminho para novas estratégias terapêuticas.

Quando ficamos muito tempo sem alimento, o organismo mantém a taxa de glicose no sangue estável e garante energia aos órgãos graças a um processo chamado gluconeogênese (síntese de glicose a partir de gordura ou das proteínas dos músculos). Os cientistas descobriram agora que esse mecanismo é regulado por uma proteína chamada criptocromo. Em experiências com ratos, foi possível reduzir a glicemia dos animais ao controlar os níveis de criptocromo no fígado.

"Acredito que estamos descobrindo novas formas de tratar o diabete tipo 2. Mas ainda estamos em um estágio muito inicial", afirmou ao Estado Steve Kay, diretor do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade da Califórnia e coordenador do estudo. "Serão necessários pelo menos dez anos até se tornarem viáveis os testes clínicos."

Para Kay, o aumento na incidência de doenças como obesidade e diabete está intimamente relacionado ao estilo de vida moderno, que impede um padrão regular de sono.

O criptocromo foi inicialmente conhecido pelos cientistas como substância-chave na regulação do relógio biológico das plantas. Depois, descobriu-se que tem a mesma função nos mamíferos. Mas seu papel na regulação da produção de glicose no fígado foi uma surpresa para a equipe de pesquisadores.

O endocrinologista Antonio Carlos Lerario, professor da Universidade de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Diabete, explica que já se sabia que os hormônios epinefrina e glucagon estimulam a gluconeogênese em situações de estresse ou quando a taxa de glicose no sangue fica muito baixa. "Mas não se sabia que havia uma mecanismo automático, relacionado ao relógio biológico, que também regula a gluconeogênese."

Embora os autores acreditem que o criptocromo possa ser usado por diabéticos para evitar a produção excessiva de glicose no fígado, alerta Lerario, é preciso cuidado. "Quando se interfere na expressão de um gene há o risco de alterar outras funções do organismo", diz.

Sono irregular. Diversos estudos mostram que pessoas que sofrem privação de sono tendem a se tornar mais obesas e diabéticas ao longo dos anos, mas ninguém sabia como a alteração no relógio biológico prejudicava o metabolismo, afirma Dalva Poyares, pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Universidade Federal de São Paulo. "Essa proteína parece ser o link, mas é precoce afirmar que não há outros mecanismos envolvidos."

O bom funcionamento do relógio biológico, diz Dalva, pode ser prejudicado não apenas quando se dorme pouco, mas também quando há um padrão de sono muito irregular, como o de pessoas que trabalham em turnos.

"Segundo pesquisas recentes mostraram, aqueles que dormem menos de seis ou mais de nove horas por noite morrem mais. O padrão considerado ideal é entre sete e oito horas por noite", conta Dalva. Horários regulares para dormir e acordar também são importantes.


Autor: Karina Toledo, Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo
Fonte: Estadão - Saúde

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