A equipe da professora Mayana Zatz, do Centro de Estudos do Genoma da Universidade de São Paulo (USP), divulgou um estudo mostrando que as células-tronco formadas a partir do tecido adiposo podem ser mais eficientes do que aquelas provenientes do cordão umbilical.
O estudo testou dois tipos de células-tronco em camundongos de laboratório que sofriam de distrofia muscular. Os pesquisadores descobriram que as células provenientes de tecido gorduroso conseguiam chegar até o músculo e transformaram-se em células musculares. Já as células do cordão umbilical conseguiram apenas chegar ao lugar certo, mas não conseguiram se diferenciar e virar músculo.
As células-tronco são um grupo muito peculiar que podem formar outros tipos de células do corpo. Elas podem ser retiradas de várias partes do organismo, mas as células do cordão umbilical são as mais conhecidas.
No estudo, a equipe utiliza dois tipos de células que teriam o lixo como destino: a célula do cordão umbilical, que perde a função quando o bebê nasce, e a da gordura, proveniente de procedimentos de lipoaspiração, por exemplo. Além delas, as células tronco do dente de leite também estão se mostrando muito eficientes para formação de outros tecidos.
O estudo mostrou ainda que existem diferenças quando o experimento acontece diretamente em um ser vivo, como os camundongos de laboratório, e quando é feito in vitro, nos instrumentos do laboratório. Nos animais, as células e gordura se saíram melhor, enquanto fora deles, os dois tipos de células eram semelhantes. Os resultados foram publicados na revista especializada Stem Cell em setembro.