Neste sábado (28.03), encerrou-se a terceira edição do Congresso Internacional de Câncer de Mama promovido de forma gratuita pelo Hospital Moinhos de Vento para médicos. No encontro ocorreu o 1º Fórum sobre qualidade vida em mulheres com câncer de mama com a participação de Hala Moddelmong, presidente e diretora geral da ONG Suzan Komen for the Cure, dos Estados Unidos, na qual o Hospital é parceiro para articular e incentivar as mulheres com câncer de mama no acesso de qualidade a tratamentos e prevenção.
Hala destacou o trabalho realizado pelo Núcleo Mama Porto Alegre, que atende a mais de 10 mil mulheres cadastradas, através de uma Parceria Público-Privada entre Hospital Moinhos de Vento, Secretaria Municipal da Saúde com apoio do Instituto da Mama do RS. O projeto atende pelo SUS e realiza em apenas 15 dias a cirurgia, quando necessária. A maioria dos resultados preliminares (85%) do Núcleo demonstra que os casos de câncer diagnosticados em estágios iniciais garante o aumento de sobrevida. “O Núcleo Mama Porto Alegre serve de modelo para qualquer país em tratamento para mulheres de baixa renda”, elogiou ao visitar o projeto social.
Os painéis foram dedicados à discussão de tratamentos e a conclusão é de que o câncer de mama é um conjunto de doenças que consiste em três principais tipos. “A tendência é adaptar o tratamento para cada tipo de mulher”, explica o chefe do Centro de Oncologia do Hospital Sergio Roithmann. Ele afirma que no primeiro tipo de câncer, o tumor expressa receptores hormonais, isto é, a doença é sensível à manipulação hormonal. “A maioria das mulheres com este tipo de tumor não necessita de quimioterapia e se beneficia de bloqueadores hormonais de última geração, o que traz um aumento da qualidade de vida das pacientes”, esclarece. No segundo tipo, os tumores expressam a proteína HER-2, que com uma medicação específica, associada à quimioterapia pode reduzir a mortalidade em 50%. E a terceira classificação de câncer de mama se dá quando não há identificação de nenhuma das proteínas citadas nos dois casos anteriores. “A quimioterapia é a alternativa mais eficaz e o primeiro tipo é o de maior incidência”, esclarece Roithmann.
O Congresso reuniu especialistas do Brasil, além de Robert Smith, da Sociedade Americana de Câncer, e Matthew Ellis, oncologista e professor da Universidade de Washington.