.
 
 
Retenção de receitas divide médicos
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


22/10/2010

Retenção de receitas divide médicos

Pela nova regra, os pacientes receberiam a receita em duas vias: uma delas ficaria retida na farmácia e a outra, com o paciente, indicando que aquele medicamento já foi retirado

Enquanto a Anvisa faz os últimos ajustes para o lançamento da norma a respeito da obrigatoriedade de retenção das receitas médicas de antibióticos, médicos divergem sobre a validade da resolução. A administração excessiva desse tipo de remédio é o principal fator de risco para o fortalecimento das bactérias.

Pela nova regra, os pacientes receberiam a receita em duas vias: uma delas ficaria retida na farmácia e a outra, com o paciente, indicando que aquele medicamento já foi retirado. A fiscalização seria semelhante a dos remédios de tarja preta.

O infectologista Luis Fernando Aranha Camargo, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que o uso inadequado de antibióticos é muito comum tanto nos casos de automedicação, como dentro dos próprios hospitais.

“Essa resolução vai ser muito importante para restringir o automedicação e, acredito que deveriam existir também políticas restritivas dentro dos hospitais”, afirma.

Alguns estudos publicados nos últimos anos têm chegado à conclusão de que os tratamentos com antibiótico geralmente têm duração maior do que a necessária. Uma dessas pesquisas – publicada no British Medical Journal em 2006 – concluiu que, em casos de pneumonias severas, a administração do medicamento durante três dias pode ter o mesmo efeito do tratamento de uma semana.

Camargo cita que o uso profilático de antibióticos nos casos de cirurgia, apenas uma dose antes e outra depois do procedimento seriam suficientes. Hoje, é comum que, mesmo sem infecção, o paciente tome antibiótico por até 10 dias. “Reduzir o antibiótico traria benefícios como a redução do custo e a diminuição dos efeitos colaterais e evitaria a seleção das bactérias”, diz.

O médico Antonio Carlos Lopes, professor de Clínica Médica da Unifesp, não concorda com a restrição do uso de antibióticos dentro dos hospitais. Para ele, o principal problema a ser resolvido é a automedicação, que é resultado de um sistema de saúde falido e ineficiente.

“Faltam médicos, por isso as pessoas vão até a farmácia e compram o remédio por conta própria. Bloquear a receita médica na farmácia é assinar o atestado de ineficiência do sistema público de saúde”, afirma. Para Lopes, se o sistema público de saúde fosse mais eficiente, automaticamente as pessoas parariam de se automedicar.

Para o médico Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp, a medida da Anvisa é adequada porque faz com que o paciente tenha que necessariamente se consultar com um médico antes de usar qualquer antibiótico.

“Uma parcela dos médicos pode não estar tão atenta ao problema do excesso de antibióticos, mas o grande problema a ser enfrentado é a automedicação, que é uma questão cultural muito forte no Brasil”.


Autor: Mariana Lenharo
Fonte: Jornal da Tarde

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581