A malária sempre foi considerada uma das doenças que mais mata no mundo e é geralmente negligenciada por empresas e autoridades do setor de saúde por ser mais frequente em países subdesenvolvidos e com populações mais carentes.
Na Índia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a malária seja responsável por 16 mil mortes. No entanto, uma pesquisa inédita no país aumenta o número de mortes na Índia para algo entre 125 mil e 277 mil pessoas anualmente.
Segundo o estudo, as estimativas oficiais de mortes relacionadas à malária na Índia vêm de números fornecidos por hospitais e clínicas e corrigidos considerando uma parcela da população que não era atendida pelo sistema de saúde. Mesmo assim, os dados da nova pesquisa mostram que a doença é muito subestimada. Uma das razões é que muitos casos nuca chegam a passar por hospitais e são justamente esses com mais risco de morte do que aqueles que recebem cuidados médicos.
Pesquisadores ligados ao governo indiano e a outras instituições estrangeiras estão colaborando no projeto chamado Million Death Study, que vai recolher informações de 1,1 milhão de casas pelo país para melhorar a qualidade das estatísticas.
Um dos métodos para o recolhimento das informações é a autópsia verbal. Os moradores descrevem a morte de familiares cujas causas nunca foram descobertas. Depois, essas informações são analisadas por dois médicos locais para que seja feito do diagnóstico.
Quando os dois médicos confirmaram que o óbito se deu pela malária, o número de mortes anuais causadas pela doença sobre para 125 mil . Quando apenas um dos médicos chegou à conclusão que tratava-se de malária, o números sobe para 227 mil. Para os pesquisadores, um número perto de 200 mil mortes seria mais preciso.
Usando o mesmo método de pesquisa, países como Indonésia podem também ter subestimado seus casos de malária. O que significa que a doença pode ser a causa da morte de muito mais do que um milhão de pessoas pelo mundo – que é a estimativa oficial da OMS – e mais recursos precisariam ser investidos na luta contra ela e no acesso da população de países pobres ao sistema de saúde.