Um estudo recente, a ser publicado em dezembro no International Journal of Gynecology and Obstetrics, avaliou o risco de mulheres grávidas, infectadas pelo vírus da gripe A (H1N1), de ser internadas em uma Unidade de Terapia Intensiva. Os pesquisadores são todos de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Grupo Hospitalar Conceição e Santa Casa de Porto Alegre.
Para estudar as características epidemiológicas e as condições subjacentes que poderiam predispor essas mulheres a um maior risco para internação em UTI, um total de 57 gestantes internadas com H1N1, durante a pandemia de 2009, foram selecionadas para o estudo.
Os dados de internação em UTI foram analisados de acordo com o estágio da gestação e a presença ou ausência de comorbidades. A idade materna média observada foi 26 anos (15-41 anos), a duração da gestação, no momento da infecção, foi de 29 semanas (8-41 semanas), e o peso do bebe ao nascer foi de 3.180 g (740-3.900 g). Em relação aos trimestres gestacionais, observou-se que cinco pacientes (8,8%) estavam na primeiro, 22 (38,6%) no segundo, e 30 (52,6%) no terceiro trimestre.
Os pesquisadores observaram que o risco de ser tratados na UTI não aumentaram para pacientes com comorbidades (P = 0,22) ou em uma gravidez avançada (P = 0,31). O estudo revelou uma relação entre o início precoce de um tratamento antiviral e uma menor taxa de mortalidade.
Os autores concluíram que nem a gravidez avançada, nem as comorbidades aumentaram o risco de as mulheres pesquisadas serem internadas em UTI mas, comparado com os resultados de outros estudos, os pesquisadores identificaram que o atendimento e o tratamento imediato, assim que necessário, diminuíram os riscos de mortalidade.
Referência:
Mirela Foresti Jiménez, Patrícia El Beitune, Mila Pontremoli Salcedo, Alexandra Veleda Von Ameln, Fabiane Pinto Mastalir, Luciane Desimon Braun. Outcomes for pregnant women infected with the influenza A (H1N1) virus during the 2009 pandemic in Porto Alegre, Brazil. International Journal of Gynecology and Obstetrics 111, p. 217–219, dezembro de 2010.
