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Pesquisadores da Mayo Clinic descobrem nova compreensão para a causa da demência comum
 
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24/11/2010

Pesquisadores da Mayo Clinic descobrem nova compreensão para a causa da demência comum

A demência é uma família de doenças do cérebro que, acredita-se, apresentam características moleculares comuns

Pesquisadores da Clínica Mayo em Jacksonville, Florida, descobriram uma pista de como algumas pessoas desenvolvem uma forma de demência que afeta áreas do cérebro associadas à personalidade, comportamento e linguagem.

Na edição online de 17 de novembro do American Journal of Human Genetics, os cientistas informam que encontraram uma ligação entre duas proteínas — progranulina e sortilina — que, dizem, podem abrir novos caminhos para o tratamento da degeneração lobar frontotemporal (DLFT), que ocorre no lóbulo frontal e no lóbulo temporal do cérebro. Esta forma de demência, atualmente intratável, ocorre geralmente em pessoas mais jovens do que as afetadas por distúrbios neurodegenerativos comuns, como a doença de Alzheimer.

“Nós agora podemos procurar por uma ligação direta entre estas duas proteínas e o desenvolvimento da DLFT”, afirma o principal autor do estudo, a neurocientista e Ph.D. Rosa Rademakers. “A esperança é que, se nós realmente encontramos uma forte associação entre essas proteínas, poderá ser possível manipular terapeuticamente níveis de uma ou de ambas as proteínas”.

Coincidentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade de Yale, liderado pelo médico e Ph.D. Stephen Strittmatter, também identificou a associação da sortilina com a progranulina – confirmando, assim, os resultados da Mayo. Este estudo foi publicado pela Neuron, também em 17 de novembro.

A DLFT é uma família de doenças do cérebro que, acredita-se, apresentam características moleculares comuns. Uma dessas características é a presença de mutações no gen que produz a proteína tau nos neurônios. Outra, são as mutações no gen progranulina que os pesquisadores da Clínica Mayo e sua equipe descobriram em 2006, que 5 a 10 por cento dos pacientes com DLFT apresentam mutação neste gen e que estas mutações levam a uma perda substancial da produção normal da proteína progranulina, desenvolvendo a DLFT.

A proteína produzida pelo gen progranulina é encontrada por todo o corpo e desempenha diferentes funções conforme o tipo de tecido (órgão) em que se localiza. Mas, no cérebro, acredita-se, que dá apoio aos neurônios, mantendo-os saudáveis.

E mais, os pesquisadores não sabem exatamente como a progranulina normal funciona no cérebro — e com quais outras proteínas interage — e, portanto, buscaram neste estudo descobrir pistas sobre a biologia da progranulina, desenvolvendo um estudo de associação genômica completa (GWAS).

Com base em descobertas anteriores, de que um simples exame de sangue é capaz de medir os níveis de progranulina no plasma e que poderia ser usado para identificar pacientes com mutações de progranulina, os cientistas testaram o sangue de 518 indivíduos saudáveis num GWAS para buscar variantes genéticas que pudessem explicar a variabilidade normal dos níveis de progranulina no plasma. Descobriram uma associação bastante forte com duas variantes genéticas na mesma região do cromossomo 1 e confirmaram este achado num segundo estudo com um grupo de 495 indivíduos saudáveis.

Ao revisarem a literatura científica, verificaram que a mesma variante genética, descoberta como sendo associada aos níveis de progranulina no plasma também afeta os níveis da proteína sortilina. Como a progranulina, a sortilina é encontrada por todo o corpo e está envolvida em diferentes tarefas. No cérebro, sabe-se que é importante para a sobrevivência dos neurônios.

“Assim, usando uma abordagem genética, identificamos uma conexão desconhecida anteriormente entre a sortilina e progranulina”, afirma Dra. Rademakers.

Os pesquisadores estudaram, então, as duas proteínas em cultura de célula e demonstraram que o total de sortilina nas células determina como a progranulina é transportada para dentro de uma célula, ou como se mantém fora da célula. “Nosso estudo mostra que as mudanças nos níveis da sortilina resultam em diferentes níveis de progranulina disponível nas células. Já que descobrimos que os pacientes com DLFT geralmente têm menores níveis de progranulina do que deveriam, nós acreditamos que se pudermos manipular terapeuticamente os níveis de progranulina e/ou sortilina no cérebro, poderíamos ter uma forma de tratar este distúrbio”, afirma Dra. Rademakers.

“Nosso estudo e o estudo conduzido pelos pesquisadores de Yale descrevem análises completamente independentes, mas que ambos identificaram esta proteína sortilina como sendo importante na regulação da progranulina”, diz Dra. Rademakers. “Isto obviamente abre novos caminhos para o tratamento de pacientes com mutações na progranulina e talvez de pacientes com demência em geral”.

Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, da University College London, da University of British Columbia, e da Clínica Mayo de Minnesota, também participaram deste estudo.

O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e pelo Consórcio de Pesquisa em Demência Frontotemporal. Os autores declaram que não há conflitos de interesses.

Para mais informações sobre tratamento de demência na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um e-mail para intl.mcj@mayo.edu.

Sobre a Mayo Clinic

A Clínica Mayo é o primeiro e maior centro de medicina integrada do mundo. Médicos de todas as especialidades trabalham juntos no atendimento aos pacientes, unidos por um sistema e por uma filosofia comum, de que “as necessidades dos pacientes vêm em primeiro lugar”. Mais de 3.700 médicos, cientistas e pesquisadores, além de 50.100 profissionais de saúde de apoio, trabalham na Clínica Mayo em Rochester (Minnesota), Jacksonville (Flórida) e Scottsdale/Phoenix (Arizona). Juntas, as três unidades tratam mais de meio milhão de pessoas por ano.

Para mais notícias sobre a Clínica Mayo, visite o site www.mayoclinic.org/news/.

O MayoClinic.com (www.mayoclinic.com) está disponível como fonte para reportagens da área de saúde.

Para mais informações sobre tratamento da doença de Alzheimer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um e-mail para intl.mcj@mayo.edu.

 


Autor: Imprensa
Fonte: SPMJ Comunicação

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