O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia global terá um crescimento de apenas 0,5% em 2009, contra 3,4% em 2008. Trata-se da menor taxa em 60 anos. "E a crise econômica também atingirá fortemente a saúde", disse o médico francês Michel Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
Desde 2007, o orçamento do Fundo Global para a Tuberculose triplicou para os 22 países de maior incidência da doença. Sete deles - Afeganistão, Bangladesh, Camboja, Nigéria, Filipinas, Uganda e Vietnã - dependem desse recurso para financiar mais de 25% de seu orçamento no combate contra a doença.
No Brasil - país que ocupa o 18º lugar na lista dos 22 - em 2008, o orçamento do Ministério da Saúde para a tuberculose foi de US$ 70 milhões, dos quais US$ 5 milhões vieram do Fundo.
Brasil, China e África do Sul são os países que menos contam com dinheiro do Fundo Global. No caso brasileiro, 80% dos recursos são providos pelo próprio governo brasileiro, que pretende manter seu orçamento apesar da crise econômica, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Kazatchkine concedeu entrevista à Agência FAPESP na semana passada, no Rio de Janeiro, durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB.
O diretor do Fundo Global fala dos efeitos da crise na saúde e avisa que os países mais pobres terão que ser mais "criativos".