Podem acrescentar a artrite reumatoide - doença inflamatória das articulações - à lista de malefícios do cigarro. É o que sugere um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, que indica que o tabagismo pode contar por mais de um terço dos casos do tipo mais comum de artrite reumatoide e por mais de 50% dos casos entre pessoas geneticamente suscetíveis à doença.

Avaliando mais de 1,2 mil pessoas com artrite e 871 sem a doença, os pesquisadores descobriram que o tabagismo estava associado a 33% dos casos de artrite reumatoide entre as pessoas com níveis detectáveis de anticorpos ACPA (associado ao risco de artrite), e a um quinto dos casos gerais da doença. E, de acordo com os autores, o risco aumentaria de acordo com a quantidade de cigarros que os participantes fumavam - por exemplo, aqueles que fumaram um maço por dia durante 20 anos eram mais de 2,5 vezes mais propensos a apresentarem anticorpos positivos para a doença.

Publicados nesta terça-feira da revista Annals of the Rheumatic Diseases, os resultados indicaram que parar de fumar pode ajudar a reduzir o risco de artrite; no entanto, entre aqueles que fumam demais esse risco permanece elevado por até 20 anos após largarem o cigarro.

“Acreditamos que o tabagismo é um fator de risco causativo que, provavelmente, funciona como uma faísca que inicia o fogo da autoimunidade”, destacou o pesquisador Henrik Källberg. “O cigarro altera proteínas que iniciam a reação do sistema imunológico contra o próprio organismo, e essa reação começa muito mais cedo quando certo fator genético está presente”, concluiu