O Exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), que avalia o desempenho dos estudantes do sexto ano de medicina das escolas médicas paulistas, mostrou que 43% dos 533 participantes foram eliminados na primeira fase da prova objetiva e eliminatória. Já 68% dos 264 participantes da segunda fase não atingiram a nota mínima estabelecida pelo Cremesp. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (16).
A prova da primeira fase teve 120 questões distribuídas em nove áreas básicas de conteúdo. A nota considerada de corte é 6. Ou seja, para passar à segunda etapa, quando é aplicada a prova prática, é preciso acertar o mínimo de 60% (ou 72 questões). A média obtida pelos estudantes foi de acerto de 74,5 pontos, dentre as 120 questões. O participante com nota mínima acertou 39 questões e a maior nota foi o acerto de 107 questões.
Embora o índice de reprovação na primeira etapa tenha diminuído em 2010, se comparado aos três anos anteriores, a segunda fase registrou o pior resultado desde a criação do Exame do Cremesp, há seis anos. Do total, 68% (179 participantes dentre os 264 que realizaram a segunda fase) acertaram menos de 60% das questões, nota de corte utilizada pelo Cremesp para aprovação no Exame.
Em 2009, nove participantes (4%) foram reprovados na segunda fase; em 2008, 26 participantes (10%) não passaram na etapa final.
O exame mostrou que há deficiências na formação dos participantes em campos essenciais da medicina, como Ciências Básicas (54,14% de acertos), Saúde Pública/Epidemiologia (54,78%) e Clínica Médica (56,77%), essa última uma especialidade que concentra a solução de muitos problemas de saúde da população.
O número de participantes (533 formandos) no Exame do Cremesp 2010 é considerado significativo, pois corresponde a cerca de 23% do universo de estudantes que cursaram o sexto ano de medicina no Estado. O exame não é obrigatório e há resistência por parte de dirigentes, professores e alunos de algumas escolas, segundo o próprio conselho.
Não participaram do Exame do Cremesp formandos de quatro escolas: Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.