Estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, publicado na revista científica Nutrition, em maio de 2009, avaliou os efeitos preliminares de treinamento físico intenso (natação) no processo de estresse oxidativo em ratos com deficiências nutricionais. (TEIXEIRA et al., 2009).

O estresse oxidativo pode ser caracterizado por um desbalanço entre o oxigênio, nitrogênio e as defesas celulares, redundando em um acúmulo de radicais livres que causam danos às células do organismo. Pode estar associado ao envelhecimento, ao uso de cigarro ou a outras condições. Alguns micronutrientes são reconhecidos como atioxidantes, tais como: vitaminas E, C, A, manganês, zinco, selênio, ferro, entre outros.

No estudo citado, um grupo de ratos foi alimentado com uma dieta propícia para a espécie e outro grupo recebeu uma dieta pobre em vitaminas e minerais durante quatro meses, contendo um quarto das necessidades nutricionais diárias para um rato.

No segundo mês, a metade de cada grupo passou a realizar natação, em um recipiente plástico com água na temperatura de 34ºC, cinco vezes por semana, durante 11 semanas. Ademais, foram utilizados pesos presos aos corpos dos ratos, aumentados paulatinamente de acordo com os seus pesos corporais.

Os resultados do estudo indicaram que a nutrição inadequada aumentou o processo de estresse oxitativo e os exercícios intensos ativaram as defesas antioxidantes do organismo. No grupo exercitado, os níveis de lactato (produzido pelo organismo após a queima da glicose) foram menores e o peso do coração foi maior que para o grupo sedentário. Ademais, a peroxidação lipídica (oxidação de ácidos graxos) no coração, fígado e músculos, que aumentou com a dieta pobre, reduziu-se significativamente com a prática de exercícios físicos. Não obstante, no grupo com dieta propicia e que realizou exercícios físicos, houve uma diminuição do nível da peroxidação lipídica no coração e músculos.

Embora este estudo seja piloto e realizado com ratos, seus resultados sugerem benefícios da atividade física em relação ao processo antioxidativo mesmo em dietas mais pobres. Desse modo, compreende-se que o exercício físico possa ser um protetor para a as causas do estresse oxidativo.

Referência

TEIXEIRA, A. et al. Beneficial effects of gradual intense exercise in tissues of rats fed with a diet deficient in vitamins and minerals: A pilot study. Nutrition, v. 25, n. 5, p. 590-596, mai 2009.

Matérias relacionadas publicadas no SIS.Saúde:
 

Perfil de atividades físicas do brasileiro. Pesquisa do Ministério da Saúde aponta principais dados

Osteoporose e atividade física na adolescência. Benefícios podem ser percebidos na idade adulta, diz estudo

Carlos Scherr – médico cardiologista. Tenha vida saudável sem se privar dos prazeres

Sedentarismo: a doença do século. Medicina Esportiva orienta como se prevenir da enfermidade que mata como os males do coração

Pressão alta também atinge os adolescentes. Pesquisa indica os riscos e destaca influência da obesidade

Exercícios moderados. Benefícios contra o diabetes