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EUA estudam subsidiar pesquisas para desenvolvimento de novos antibióticos
 
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10/01/2011

EUA estudam subsidiar pesquisas para desenvolvimento de novos antibióticos

Benefícios fiscais e prorrogação de patentes estão entre as medidas do governo americano para estimular o combate a superbactérias como a MRSA

Preocupado com uma possível crise da saúde pública, o governo dos EUA cogita oferecer incentivos financeiros ao setor farmacêutico, como benefícios fiscais e prorrogação da proteção de patentes, a fim de promover o desenvolvimento de antibióticos imprescindíveis para vários tratamentos.

Embora as propostas sejam ainda incipientes, adquiriram urgência porque as bactérias estão se tornando mais resistentes a praticamente todos os medicamentos existentes, enquanto um número considerável das grandes companhias do setor abandonaram esse campo na busca de remédios mais lucrativos.

"O número de novos antibióticos que está sendo desenvolvido é extremamente escasso", disse Margaret Hamburg, comissária do órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos - o FDA, na sigla em inglês. O reduzido arsenal mundial contra as "superbactérias" levou os cientistas a alertar que as infecções dos dias atuais poderão se tornar novamente uma das principais causas de morte, como eram antes do advento da penicilina.

Como exemplo, os cientistas ficaram alarmados com o alastramento de uma mutação recém-descoberta chamada NDM-1, procedente da Índia, que torna certos germes, como a Escherichia coli, invulneráveis a quase todos os antibióticos. Anualmente, morrem cerca de 100 mil americanos de infecções hospitalares, muitas delas resistentes a diversos antibióticos. O Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina (MRSA) - a superbactéria mais conhecida -, agora mata mais americanos por ano que a aids.

"Precisamos encontrar formas de acelerar o desenvolvimento desse mercado", disse o deputado democrata Henry Waxman. O deputado republicano Phil Gingrey, que é médico, apresentou recentemente um projeto de lei que daria a determinados antibióticos mais cinco anos de proteção contra a concorrência dos genéricos e aceleraria a avaliação de novos remédios do gênero pelo FDA.

Outras ideias estão sendo estudadas pelos parlamentares, como um aumento dos recursos federais destinados à pesquisa e a garantia de aquisições dos novos antibióticos pelo governo. A União Europeia também prepara um projeto, baseado em propostas de possíveis incentivos. Há um ano, os EUA e a UE criaram uma força-tarefa sobre a resistência aos antibióticos.

Custo. Apesar dessas iniciativas, não há consenso. Um estudo divulgado no mês passado pela Office Health Economics, uma empresa de consultoria das indústrias do setor farmacêutico britânico, sugeriu que seriam necessários incentivos num valor superior a US$ 1 bilhão para cada medicamento.

Segundo alguns críticos, a justificativa dos incentivos não convence. Há sinais de que o setor farmacêutico decidiu aumentar seus esforços por conta própria, para atender a essas necessidades. O número de antibióticos em fase de teste clínico aumentou consideravelmente nos últimos três anos, invertendo uma tendência iniciada na década de 80, conforme mostram dados fornecidos pelo FDA. As iniciativas são lideradas por pequenas empresas, que se satisfazem com vendas menores.

Ramanan Laxminarayan, da organização Resources for the Future, disse que o governo deveria se preocupar em preservar a eficácia dos antibióticos existentes. "Ainda não existe a conscientização de que deveríamos pensar nos antibióticos como um recurso natural e zelar pela sua preservação como fazemos com os peixes."

De 2003 a 2007, o FDA aprovou apenas 5 novos antibióticos; de 1983 a 1987, foram 16. Apenas 5 dos 13 maiores laboratórios farmacêuticos ainda procuram descobrir novos antibióticos.

Um dos motivos é o fato de que as pessoas costumam tomar antibióticos durante uma ou duas semanas - o que os torna menos lucrativos para os fabricantes do que os remédios contra câncer ou diabete, que em geral devem ser tomados durante meses ou mesmo pela vida toda.

Outro fator é que os novos antibióticos provavelmente deverão ser usados com muita cautela no início, para que tenham a capacidade de impedir o surgimento da resistência. Embora esse sistema seja o mais apropriado em termos médicos, ele reduz a possibilidade do fabricante de recuperar o que investiu, disse Barry I. Eisenstein, do laboratório Cubist Pharmaceuticals.

Para entender

A enzima Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) foi inicialmente encontrada na bactéria Klebsiella pneumoniae, em 2001, nos EUA. No entanto, ela também pode ser produzida por outros micro-organismos. A disseminação recente de bactérias produtoras de KPC se tornou preocupante, pois a enzima degrada a maioria dos antibióticos usados no combate de infecções graves. Além disso, a maior parte dos pacientes atingidos está internada em Unidades de Terapia Intensiva, com o sistema imunológico debilitado. Como não respondem ao tratamento convencional, acabam tendo de tomar drogas altamente tóxicas ou muito caras.

Autor: Andrew Pollack
Fonte: Estadão.com

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