Cientistas norte-americanos afirmaram que ouvir música pode ajudar no tratamento de pessoas que sofrem de estresse e ansiedade associados à doença coronária. O estudo comparou dados de 23 pesquisas, em uma amostragem de 1.461 pacientes. O relatório da análise publicada na revista Cochrane Systematic Reviews mostra que os pacientes, submetidos geralmente a sessões de 30 minutos de música, apresentaram uma redução na pressão arterial, no ritmo cardíaco e nos níveis de estresse e ansiedade.
A pesquisa demonstrou que portadores de problemas cardíacos sofriam de estresse e, ao ouvirem música, sentiram “certo alívio”. Em entrevista ao Correio, Joke Bradt, cientista da Temple University da Filadélfia e autor do estudo, explicou que pacientes expostos à música tiveram 5,72 unidades (em uma escala de 2 a 8) menos ansiedade do que os não expostos. A música se mostrou útil na redução de ansiedade em pacientes com enfarte.
Não foram encontradas evidências de que ela tenha reduzido a ansiedade em pacientes que estavam sendo submetidos a procedimentos cardíacos. Também não se notaram efeitos em casos de depressão. “Suspeitamos que intervenções musicais ativas oferecidas por um musicoterapeuta possam ser mais efetivas, pois é pouco provável que a audição passiva de músicas pré-gravadas aumente os sentimentos positivos do paciente”, esclarece Bradt.
A maioria dos pacientes pôde escolher o estilo musical que gostaria de ouvir a partir de uma seleção prévia. A diversidade era limitada, o que excluía alguns tipos de música preferidos dos avaliados. A cientista norte-americana acredita que “isso pode ter limitado os efeitos da música”. “Pesquisas futuras deveriam levar em conta as preferências musicais. Melhor ainda, deveriam incluir um musicoterapeuta treinado, que tenha habilidades de facilmente adaptar a música às necessidades do paciente no momento”, planeja.