Filhos de mulheres que usaram a droga conhecida como valproato (utilizada para combater a epilepsia) durante o período de gravidez apresentaram uma insuficiência no quociente de inteligência (QI) em comparação com filhos de mulheres que utilizaram outras medicações antiepiléticas.
Os filhos de mães epiléticas tratadas com o valproato apresentaram um coeficiente intelectual entre 6 e 9 pontos abaixo do verificado nos filhos de mulheres que receberam outros três tipos de medicamentos antiepiléticos. O estudo, chamado de “Cognitive Function at 3 Years of Age after Fetal Exposure to Antiepileptic Drugs”, desenvolvido em parceria entre cientistas ingleses e norte-americanos, foi publicado no New England Journal of Medicine.
O estudo foi realizado com mais de 300 filhos de mães epilépticas entre 1999 e 2004. Essas mães tomaram um dos quatro medicamentos mais prescritos contra a epilepsia: carbamazepina, lamotrigina, fenitoína e valproato. As análises foram realizadas em cinco centros médicos nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. O valproato apresentou os piores resultados e os seus malefícios foram associados com a dosagem.
A droga também é comumente prescrita para enxaquecas, transtorno bipolar, entre outros. Em um estudo prévio sobre os efeitos do valproato, os resultados revelaram que mulheres grávidas, submetidas a tratamento com o medicamento, podem aumentar significativamente o risco de a criança desenvolver autismo.
"O Valproato ainda tem um papel importante no tratamento da epilepsia, porque as crises de alguns pacientes só podem ser controladas com essa droga, mas recomendamos que as mulheres epilépticas tentem outro tratamento", disse o doutor Kimford Meador, professor de Neurologia da Faculdade de Medicina Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos.
No Brasil, o medicamento também é vendido com nome de Depakine crono e Diplexil.
Referências