Estudo recente, veiculado no períodico internacional da Fundação Oswaldo Cruz, aborda a relação entre deficiência auditiva e condições de acesso e uso de serviços de saúde (FREIRE et al., 2009). Segundo o artigo, as pessoas com algum tipo de deficiência auditiva chegam a casa de 3,5% no Brasil, sendo que este índice está em crescimento. Desta forma, é fundamental que se investigue as condições de acesso destas pessoas aos serviços de saúde.
Assim, durante os anos de 2002 e 2003, 1.842 pessoas foram incluídas na amostra do estudo, sendo agrupadas entre ouvintes e portadoras de deficiência auditiva incapacitante. O estudo foi conduzido em uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre e estava inserido num contexto maior, que investigou diversas áreas da saúde.
Os resultados revelam que os deficientes auditivos consultaram médicos em frequência superior aos participantes ouvintes, com proporção também superior de internações hospitalares no último ano. Do mesmo modo, a percepção de riscos de contração de alguma doença sexualmente transmissível foi inferior no grupo de deficientes auditivos. Além disto, verificou-se que as mulheres deficientes auditivas realizam em menor escala o auto-exame das mamas e exame citopatológico de colo uterino.
Assim, conclui-se que medidas a nível educativo devam ser tomadas, conscientizando as pessoas que trabalham diretamente com deficientes auditivos. Pois, segundo os autores do estudo, existe uma dificuldade de comunicação entre profissionais e deficientes auditivos, o que explicaria um número maior de consultas e internações hospitalares, pois os problemas não são resolvidos tão rapidamente como ocorre em pessoas ouvintes. Para ler o trabalho completo,
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Referência
FREIRE, D. B. et al. Acesso de pessoas deficientes auditivas a serviços de saúde em cidade do Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 25, n. 4, p.889-897, Abr 2009.