
Ao observar 482 crianças de 4 a 29 meses de idade frequentadoras de creches públicas e filantrópicas do município de São Paulo, Tulio Konstantyner e colegas da UNIFESP verificaram que 43,6% delas estavam anêmicas, com hemoglobina inferior a 11 g/d. Os pesquisadores verificaram ainda através de entrevistas com as mães e antropometria que a probabilidade de as crianças apresentarem anemia aumentou quanto mais agregados estiveram cinco fatores – idade materna inferior a 28 anos, renda per capita inferior a meio salário mínimo, aleitamento materno exclusivo inferior a 2 meses, perda de escore z peso/idade do nascimento ao inquérito e idade inferior a 17 meses. Esses resultados foram publicados ano passado no Jornal de Pediatria (85(3):209-216). Segundo Vera Lúcia Pamplona Tonete, professora do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP, a anemia é, atualmente, um problema de saúde pública. “Hoje, a anemia ferropriva é o problema de maior incidência entre as doenças carenciais da infância. É difícil estimar a frequência, porém mais da metade das crianças atendidas em serviços de saúde estão ou já estiveram em processo anêmico, independente desta ser a queixa que motivou o atendimento”, afirma.