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Brasil é o segundo país em números de casos de hanseníase
 
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20/03/2011

Brasil é o segundo país em números de casos de hanseníase

Dermatologista Rafaela Bergmann Correia, da Associação Médica de Caxias do Sul, alerta que doença ainda não foi erradicada

A campanha do Ministério da Saúde com o tema Saúde é Bom Saber, veiculada na mídia no início deste ano, alertava para os cuidados com a hanseníase. Essa divulgação lembra a sociedade de que, apesar de ser uma das doenças mais antigas do mundo, ainda há incidências. Tanto que o Brasil é o segundo país em caso s da doença, perdendo apenas para a Índia.

"Por incrível que pareça, muitos acham que essa doença não existe mais", diz a dermatologista Rafaela Bergmann Correia, que também é secretária do Departamento de Dermatologia da Associação Médica de Caxias do Sul (Amecs).

Ela explica que este seria um fator para o país registrar tantos casos, aliado ao difícil diagnóstico - a han seníase por muitas vezes simula outras doenças. O preconceito e a adesão do paciente ao tratamento também contribuem para a não erradicação.

"Os focos de hanseníase que ainda existem no mundo  concentram-se no Brasil e na Índia, o que faz com que médicos de outros países venham ao país para conhecerem a doença", relata.

Mas o que é a hanseníase, que, antigamente, era ch amada de lepra? "A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele e os nervos periféricos. Com a evolução da doença, pode atingir muitos órgãos, deixando sequelas irreversíveis", diz Rafaela.

Segundo a dermatologista, os sintomas  iniciais são lesões de pele, que tem perda ou diminuição da  sensibilidade. Essas lesões que a bactéria causa são muito variadas, indo desde manchas mais claras até feridas que simulam  micoses ou alergias. O diferencial é que possuem alteração de sensib ilidade ao frio, calor e dor. Porém, às vezes podem coçar ou arder.

"A hanseníase preocupa se não tratada, pois as lesões podem evoluir, atingindo outros nervos e causando perdas ou deformidades de extremidades. Causam ainda danos em outros órgãos, como fígado, sistema nervoso central,  aparelho reprodutor, olhos e conforme a gravidade podem levar à morte. Também ocorrem complicações com infecções secundárias, que podem atingir as lesões avançadas", alerta Rafaela.

O tratamento da doença, que varia de um a dois anos, é realizado por meio de antibióticos fornecidos gratuitamente pela Secretaria da Saúde. Contudo, muitos pacientes desistem, pois o tratamento é longo e tem uma série de efeitos colaterais. Durante esse período, o paciente pode ter oscilações, isto é, melhoras espontâneas e pioras do quadro clínico.

"O importante é lembrar que a doença tem cura. Ainda há muito preconceito, sendo por causa disso que houve a modificação do nome de lepra par a hanseníase. É necessário perceber que isolar o doente não leva a nada", diz Rafaela, acrescentando que atualmente não existem mais os antigos leprosários, local onde eram reunidas as pessoas doentes, formando verdadeiras comunidades isoladas.

O preconceito em relação à hanseníase nasceu do fato de a doença ser altamente contagiosa. A contaminação se dá pelo contato íntimo, e prolongado, por via aérea, com pessoas infectadas por esta bactéria. Acontece principalmente quando há contato diário com a pessoa doente, sendo, portanto, mais comum entre os familiares do paciente. "A maioria da população tem uma  proteção natural contra a doença, estando naturalmente imune. Porém, ainda há muitas pessoas suscetíveis ao contágio", alerta a dermatologista.

Por isso, a prevenção é a melhor maneira de se evitar o contágio. Apesar de não haver um método ideal contra a hanseníase, bons hábitos de higiene e de vida (como ter uma alimentação saudável, não fumar) impedem inúmeras doenças e melhoram a imunidade. O autoexame é fundamental para ter um  diagnóstico precoce e uma melhor resposta ao tratamento.

"Campanhas de esclarecimento na mídia, como esta realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, são fundamentais", opina Rafaela. "Os médicos devem ser mais bem treinados quanto ao diagnóstico da doença ainda em nível de saúde pública. A hanseníase, por sua variada manifestação clínica, deve sempre estar na mente de médicos frente pacientes com múltiplos sintomas, principalmente quando têm lesões de pele com alteração da sensibilidade", finaliza.

Autor: Redação
Fonte: Amecs

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