A presidente do Departamento de Endocrinologia da Associação Médica de Caxias do Sul (Amecs), Marta Tonietto Tonolli, palestrou no Café com Informação da CIC - C âmara de Indústria, Comércio e Serviços, de Caxias do Sul.

O tema do evento, ocorrido em 31 de março, foi Sobrepeso: alimentação x medicação. Marta iniciou sua explanação falando da importância de cuidar da saúde para envelhecer com qualidade de vida, e que uma das doenças que mais atingem as pessoas hoje em dia é a obesidade.

A endocrinologista afirma que a maioria dos casos de obesidade se dá pela a limentação incorreta. De acordo com Marta, atualmente existe mais oferta e disponibilidade de alimentos, a facilidade do fast-food e o aumento das porções. Aliado a isso, as pessoas passam mais tempo na frente do computador e da televisão e menos tempo fazendo atividades físicas, o que aumenta o risco de obesidade.

Marta destacou que a obesidade pode trazer consigo outras doenças, entre elas a diabetes. "O risco de diabetes aumenta de 4,5% a 9% a cada 1 quilo de peso adicional", afirmou. A endocrinologista mostrou ainda que 8% da população brasileira é diabética, um número considerado alto.

Segundo dados publicados na revista científica Lancet, além da diabetes, a obesidade também aumenta em 60% o risco de morte por doença cardiovascular. Além disso, se aliada à hipertensão, dislipidemia e tabagismo, esse risco chega a 75%.

O tratamento para a obesidade inicia pela reeducação alimentar acompanhada por atividade física, consciência da importância da alimentação saudável, bom senso na quantidade da ingestão alimentar e conhecimento básico das calorias e gordura s dos alimentos.

Sobre a medicação durante o tratamento da obesidade, Marta tem uma opinião formada. A endocrinologista diz que as medicações têm seu espaço no tratamento da obesidade e defende o uso correto e bem indicado desses medicamentos para auxiliar as pessoas a perderem peso no início do tratamento. Tais medicações também têm contraindicações e efeitos colaterais, por isso, só podem ser prescritos por profissionais médicos. "Esse tipo de remédio deve ser indicado por profissionais que devem também acompanhar todo o tratamento do paciente", esclarece. A sibutramina, medicamento que dá a sensaç& atilde;o de saciedade, foi citada como exemplo por Marta.

A endocrinologista terminou a palestra reforçando que é importante ter hábitos alimentares saudáveis desde a infância e que os pais devem ser exemplos para os filhos. "Não se pode dizer para a criança comer algo saudável se os pais não fazem isso", explicou. Esse cuidado é de extrema importância, pois a chance de uma criança que tem os dois pais obesos também desenvolver a doença é de 80%.