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Acidentes de trânsito “são gatilhos” para o surgimento de dores generalizadas
 
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18/04/2011

Acidentes de trânsito “são gatilhos” para o surgimento de dores generalizadas

Este tipo de dor aumenta com a idade, é mais comum em mulheres e é uma característica essencial da fibromialgia

Indivíduos com piores condições de saúde ou problemas psicológicos podem ser mais propensos a desenvolver dor crônica generalizada, após um evento traumático. Uma nova pesquisa, publicada na revista Arthritis Care & Research (http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/acr.20417/abstract) constatou que o início da dor crônica generalizada foi mais frequentemente relatada, após um acidente de trânsito do que em outras situações traumáticas.

O Colégio Americano de Reumatologia  define dor crônica generalizada como a presença de dor acima e abaixo da cintura, ou em ambos os lados esquerdo e direito do corpo, por três meses ou mais. Os estudos prévios relataram taxas de prevalência de dor crônica generalizada entre 11% e 13% na Alemanha, na Suécia e no Reino Unido.

Nos Estados Unidos, a literatura médica sugere que este tipo de dor aumenta com a idade, é mais comum em mulheres do que homens, e é uma característica essencial da fibromialgia, uma das razões mais comuns para as consultas de reumatologia no mundo inteiro.

Segundo o autor da pesquisa, Gareth Jones, da Escola de Medicina e Odontologia da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, “há pessoas, definidas por suas características físicas e psicológicas, que, no caso de um gatilho traumático são mais vulneráveis ​​ao desenvolvimento de dores crônicas generalizadas. O gatilho para o aparecimento da dor não precisa ser necessariamente um evento traumático, pode até ser algo irrelevante", observa o pesquisador.

Para examinar a relação entre diferentes eventos traumáticos e o aparecimento de dor crônica generalizada, os pesquisadores, liderados por Jones, acompanharam 2.069 participantes do estudo de Epidemiologia de Doenças Funcionais (EPIFUND).

Participantes do EPIFUND tiveram seus dados sobre  dor musculoesquelética e distúrbios psíquicos associados analisados, em três momentos, ao longo de um período de quatro anos. Os pacientes também foram questionados sobre seis experiências traumáticas recentes: acidentes de trânsito, lesões no local de trabalho, cirurgias, fraturas, hospitalização e parto.

Do total de participantes do estudo,  241 pacientes, (12%), reportaram novos sintomas de dor crônica generalizada, com mais de um terço desses indivíduos apresentando propensão a relatar pelo menos um evento traumático durante o período de estudo.

Depois de ajustados dados, como idade, sexo, estado clínico geral e o estado de dor inicial, aqueles que relataram um acidente de trânsito como fator para o surgimento de dores crônicas generalizadas representavam 84% da amostra pesquisada.

Não foi observada nenhuma associação do aparecimento de dores generalizadas com hospitalização, cirurgia ou em mulheres que deram à luz.

O surgimento da fibromialgia

A dor generalizada é uma manifestação muito frequente na fibromialgia, podendo ser difusa ou acometer preferencialmente algumas regiões, como o pescoço e os ombros, e então propagar-se para outras áreas do corpo.

“O paciente descreve sua sensação de dor das mais diferentes formas: desde um leve incômodo até uma condição incapacitante. Por vezes relata ardência, dor em pontadas, rigidez, câimbras... Essas manifestações variam de acordo com o horário do dia, intensidade dos esforços físicos realizados, condições climáticas, aspectos emocionais e ligados ao padrão do sono. Apesar da fibromialgia poder apresentar-se de forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não ocasiona comprometimento das articulações e não causa deformidades”, explica o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro podem estimular o aparecimento dessa síndrome.

Muitas pesquisas têm estudado também o papel de certos hormônios ou produtos químicos orgânicos que podem influenciar na manifestação da dor, do sono e do humor. “Muito se tem estudado sobre o envolvimento de hormônios e de substâncias que participam da transmissão da dor no aparecimento da fibromialgia. Essas pesquisas podem resultar em um melhor entendimento dessa síndrome, proporcionando um tratamento mais efetivo e até mesmo a sua prevenção”, destaca o médico.

A fibromialgia é mais frequente no sexo feminino, cerca de 80% dos casos são registrados em mulheres. Em média, o início da doença varia entre 29 e 37 anos, sendo a idade de seu diagnóstico entre 34 e 57 anos.

“Os sintomas de dor, fadiga e distúrbios do sono tendem a instalar-se lentamente na vida adulta, no entanto, 25% dos casos referem apresentar estes sintomas desde a infância. Não podemos esquecer que as manifestações de dor muscular são muito comuns na infância. Isso não quer dizer necessariamente que esses casos evoluirão para fibromialgia, mas é preciso lembrar que há uma tendência da doença acometer mulheres de uma mesma família”, afirma o diretor do Iredo.


Autor: Redação
Fonte: Consumidor RS

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