Todos os anos, nesta época, a rotina se repete. Para os responsáveis por crianças em idade escolar, é hora de providenciar material, uniforme, mochilas e lancheiras. Na maratona de loja em loja, com a difícil missão de conciliar o melhor preço, a preferência dos filhos e as especificidades da lista distribuída pela escola, não é raro o estoque de lanche ficar em segundo plano, ainda que a refeição feita entre as aulas seja decisiva para o desenvolvimento da criança. “Sem planejamento e sob pressão, a tendência é que os pais recorram aos produtos industrializados, o que é um risco para a saúde, em especial nesta fase de crescimento”, alerta Ana Carolina Abreu, nutricionista da TopMed.

A alimentação no ambiente escolar é uma questão tão importante que já foi objeto, inclusive, de uma portaria interministerial, anunciada a quatro mãos pelos ministérios da Saúde e da Educação. De maio de 2006, a portaria nº 1.010 institui as diretrizes para a Promoção da alimentação saudável nas escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e  privadas, em âmbito nacional, restringindo o comércio de alimentos com altos teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal, e incentivando o consumo de frutas, legumes e verduras.

Mas não adianta as instituições fazerem a sua parte. “Os pais não podem abrir mão de introduzir no lanche frutas, verduras e opções preparadas em casa, de preferência na frente das crianças, para que elas tenham intimidade com a forma natural dos alimentos”, ensina Ana Carolina. “Os alimentos com apelo infantil não seguem normas específicas nem limitam a quantidade de açúcar e gordura, conforme mostrou uma pesquisa da Pro Teste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, e isso exige o dobro de atenção dos pais na hora da compra”, insiste.

Santa Catarina foi o estado pioneiro na regulamentação da venda de produtos nas cantinas escolares, ainda em 2001, através da Lei nº 12.061. Desde então, é proibida a venda de bebidas com quaisquer teores alcoólicos, balas, pirulitos e gomas de mascar, refrigerantes e sucos artificiais, salgadinhos industrializados, salgados fritos e pipocas industrializadas no ambiente escolar. “Além destes vilões, reconhecidamente danosos à saúde, é importante tentar compreender os rótulos, já que muitos lanches não são tão saudáveis quanto podem parecer”, reforça Ana Carolina, que facilita a compreensão através de dois exemplos: o potinho de petit suisse, que contém 27% da necessidade/dia de açúcar para a faixa etária de 4 a 7 anos, e uma fatia de bolo pronto, que contém 50% da quantidade de gordura recomendada para uma criança ingerir no dia.

Para auxiliar os pais nesta “tarefa” diária, de selecionar lanches gostosos e saudáveis, evitando excessos de aditivos químicos (como corantes, acidulantes e conservantes), de açúcar, gordura e sódio, Ana Carolina recomenda: frutas frescas (podem ser descascadas); bolos caseiros de laranja, cenoura e fubá (de preferência mixando farinha integral); sanduíches de pão integral com manteiga, frango desfiado ou geléia sem açúcar; vegetais com aparência atrativa, como cenouras baby e tomate cereja; biscoitos integrais do tipo cookies de aveia, gergelim e linhaça; biscoito de polvilho (sem gordura vegetal hidrogenada); salgadinhos de arroz integral sem conservantes ou corantes; sucos sem açúcar ou conservantes e água de coco.

“Nossa preocupação em disseminar informações capazes de auxiliar na escolha do lanche faz parte de uma estratégia global da TopMed, de promover a saúde, prevenir riscos e doenças entre todos os públicos, das crianças aos idosos, dos trabalhadores aos doentes crônicos, para evitar complicações. E as crianças são, reconhecidamente, multiplicadoras de conceitos, por isso quanto mais elas absorverem bons hábitos de saúde, maior a chance de eles serem adotados por toda a família”, explica a médica Renata Zobaran, diretora de marketing da TopMed. Dando continuidade à campanha Atividade Física, Eu Pratico, a TopMed lançará este ano duas amplas campanhas, para a promoção da alimentação saudável, em março, e para o combate ao tabagismo, em agosto.