Deixar a rotina diária e viver - mesmo que por poucas horas - um ambiente diferente, a trabalho ou por lazer, exige mais que a atenção com as malas. Esquecer uma peça de vestuário traz problemas, mas deixar de lado os cuidados com a saúde é um risco que pode levar a sérias complicações. Conhecer as especificidades do clima do destino, se informar sobre a rede de assistência médica, saber quais doenças endêmicas e a necessidade de tomar vacinas devem fazer parte do planejamento do viajante com bastante antecedência. Outro ponto de alerta ao turista é não se arriscar quando o local da visita for acometido por doença infecciosa aguda. Também não deve ficar fora da lista de preparativos, um levantamento sobre os hábitos alimentares da população e quais as condições para o consumo de alimentos.

Woody Mafu é vocalista de uma banda e encara a estrada constantemente. Para evitar contratempos, é constante sua a atenção à alimentação. “Me preocupo, principalmente, com os alimentos, por isso evito bebidas diferentes e frituras. Uma vez tomei suco que fica em máquinas. Ao final da bebida encontrei mofo”, relatou. A dica nesse caso é simples: evite o consumo de água e também os produtos preparados à base de água e gelo de origem duvidosa, alimentos vendidos por ambulantes, além das carnes exóticas cruas ou mal passadas. Tenha deve ser ter cuidado especial ao ingerir peixes e frutos do mar, que podem causar alergias e, em alguns casos, até sintomas neurológicos.

Quando o roteiro é por áreas de ecoturismo ou turismo rural, a natureza é quem pode trazer danos ao corpo. As áreas podem ser infestadas de diversas espécies de insetos e a flora oferece riscos como alergias e intoxicações. A exposição ao sol e a água contaminada também são fatores de risco.

O assessor parlamentar Cassius Emanuel é aficionado por passeios em rios e represas. De caiaque pratica passeios ecológicos promovendo a limpeza de margens e também pesca esportiva. Em um dos grupos que participa, reúne pessoas de várias partes do país para a organização em prol da saúde. “Enfrentar o sol traz muitos riscos. Na última expedição a Serra do Facão, em Goiás, me aventurei na pescaria sem usar uma camisa de manga longa. Ao voltar, mesmo com protetor solar (fator 60) tive de utilizar medicamentos para conseguir aliviar minha dor”, relatou.

Além da roupa, a equipe também usa uma capa para proteger o pescoço do sol e dos insetos. “Na água ficamos apenas com as mãos e rosto expostos. Mas mesmo assim enfrentei uma alergia. Como dormimos em barracas, ao acordar pela manhã notei que minha mão estava com marcas de picadas. Utilizei um gel para aliviar a dor. Ao vistoriar a barraca encontrei uma aranha. Creio que esta tenha sido a causa da minha alergia”, contou.

DICAS:

- Antes de escolher o tipo de viagem, saiba os cuidados a cada modalidade de turismo. Simples medidas de prevenção são suficientes para diminuir os perigos. Conheça algumas dicas:
- Seja transparente em relação aos locais visitados e, em caso de sintomatologia pós-viagem, informe aos médicos e às autoridades sanitárias sobre o roteiro visitado. Passeios a cavernas, grutas e áreas rurais; picadas de insetos e contatos com outras espécies de animais, por exemplo, devem ser informados.
- Leve consigo indicações sobre seu tipo sanguíneo e a lista de medicamentos que por ventura não possa tomar, incluindo repelentes.
- Procure estar em dia com todas as vacinas preconizadas pelo Programa Nacional de Imunizações LINK: http://pni.datasus.gov.br antes de viajar. Atente-se ao fato de que a imunização contra a febre amarela é indicada para regiões de risco e deve ser feita pelo menos 10 dias antes da partida.
- Informe-se sobre os riscos de ingerir bebidas alcoólicas ou alimentos oferecidos por estranhos.
- Tenha cuidado ao ingerir alimentos de procedência ou aparência duvidosa. Isso pode evitar uma contaminação.