O próximo dia 19 de maio (domingo) é o Dia Internacional do Celíaco. Para celebrar a data a Associação de Celíacos do Brasil - Seção Rio Grande do Sul, irá promover um encontro a partir do meio-dia no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre. No local, será montado um estande onde serão entregues materiais informativos, até as 14h. O objetivo é esclarecer a população sobre a doença celíaca - enfermidade autoimune caracterizada pela intolerância ao glúten pouco conhecida até pela comunidade científica. Após o evento, será realizado um piquenique colaborativo com produtos sem glúten no local.

Histórico: A doença celíaca é conhecida desde o Século XI, mas foi só em 1888 que Samuel Gee, um pesquisador inglês, a descreveu em detalhes e achou que as farinhas poderiam ser as causadoras da moléstia. Em 1950, Willem-Karel Dicke, um pediatra holandês, observou que durante a guerra, quando o pão esteve escasso na Europa, diminuíram os casos de doença celíaca. Três anos depois ele conseguiu comprovar sua teoria, deixando claro o papel do glúten (contido no trigo, cevada, aveia, malte e centeio) na provocação da doença.

Entenda os sintomas: A doença celíaca é uma patologia autoimune que acomete o intestino delgado de pessoas geneticamente predispostas, pela ingestão de alimentos que contém glúten. Este provém do trigo, malte, centeio, da cevada e aveia. As manifestações, quando ocorrem, são diversas e com graus variados, como: diarreia, constipação, distensão abdominal, vômitos, baixo peso, anemia, alterações na pele, déficit de atenção, enxaqueca, alergias respiratórias, dentre outras.

Diagnóstico: Muitas vezes a doença celíaca é diagnosticada de forma incorreta, pois muitos especialistas da área desconsideram a patologia quando estão investigando algum paciente. Isso porque os sintomas da doença celíaca são facilmente confundidos com a síndrome do intestino irritável, ou outras doenças do trato digestivo. Além disso, manifestações de pele, respiratórias, neurológicas podem provir desta patologia. Exames de sangue e endoscopia digestiva (com biópsia do intestino) são as melhores formas de diagnóstico.

Números: Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, a doença celíaca afeta em torno de 2 milhões de pessoas no Brasil, mas a maioria delas encontra-se sem diagnóstico (cerca de 80% não sabem e alguns até vêm a óbito por complicações). Estima-se que uma a cada 200 pessoas sejam portadoras desta enfermidade.

Como tratar: O único tratamento é abolir completamente o glúten da alimentação ao longo da vida, para que o intestino se recupere e consiga voltar a absorver os nutrientes que assim eram perdidos. A vida social de um celíaco é bastante restrita, pois a alimentação externa (em restaurantes, festas, viagens, bares...) fica complicada pelo desconhecimento do que seria o glúten, a doença celíaca e a “contaminação cruzada”, que ocorre através da preparação dos alimentos com e sem glúten num mesmo local e com utensílios comuns (faca, colher, tábua...).

É comum um alimento que naturalmente não contém glúten (como a batata frita) tornar-se impróprio para o consumo de um celíaco devido ao seu processo de preparo. Por exemplo, ao ser frita no mesmo óleo de um pastel, a batata passa a conter glúten e, se ingerida por um celíaco, poderá provocar reações e trazer problemas à pessoa.

ACELBRA-RS: A Associação dos Celíacos do Brasil - Seção Rio Grande do Sul (ACELBRA-RS), é uma entidade sem fins lucrativos, fundada por um grupo de pais que tem em comum filhos celíacos. Para auxiliar na aceitação da dieta sem glúten - que é o único tratamento da doença - a entidade foi fundada em 1991, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Fontes para entrevistas em Porto Alegre:
Ana Paula Carneiro Monteiro - Presidente da ACELBRA-RS
Carla Paludo - Vice-Presidente da ACELBRA-RS
Juliana Coelho Martins da Rosa - Diretora de Divulgação da ACELBRA-RS

A ACELBRA-RS também conta com um grupo de médicos e nutricionistas especializados disponíveis para entrevistas. Mais informações pelo site www.acelbra-rs.org.br ou no grupo ACELBRA-RS do Facebook.